domingo, 24 de maio de 2009

Vincent van Gogh

Olho o teu quarto desconexo, em Arles espacializado.
As cores derramam por entre espaços conquistados à perspectiva. Abrem-se
Novos horizontes, muito para além daquilo que se vê, Apenas se
Sente, experiencia, vive. Ouço
Crepitar as tuas estrelas num fogo nuclear abrasador Que
Aquece os sentidos num forno multissensorial. É
Uma pintura que movimenta emoções. Instala-se,
Quase que se destila numa alquimia de sentimentos, talvez até de
Desejos.
Arrefeço com vento ondulando os verdes ciprestes que engalanam
Paisagens tortuosas e longilíneas. Recordo Sócrates que
Torna profética a loucura que amaciaste e bebeste.
Não Foi um favor dos deuses, Foi génio, puro, não sei,
Mas certamente autóctone e imponderável.
Atrevo-me a olhar, sondar a seara que se plasma em
Corvos que circundam o nosso pensamento e estacionam
No sistema límbico Percepcionando uma estética de um
Belo que é sempre amargo.