sexta-feira, 31 de julho de 2009

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Habibi

Habibi, os desertos propiciam itinerários
Entre oásis de palmeiras verdejantes, passagens
Ora gélidas
Ora sob a mais intensa canícula.
Nunca tépidas!

Habibi, os desertos propiciam o desejo de chegar
E são o freio das nossas partidas.

Habibi, os desertos propiciam odores
A especiarias exóticas que se disseminam pela atmosfera,
Impregnam o nosso corpo de enigmáticas fragrâncias que
Evocam regiões remotas,
Onde o sol nasce e o
Ocidente se desvanece.

Habibi, os desertos propiciam sonhos
De uma sensualidade apenas pressentida
Através de véus translúcidos de inúmeros
Matizes. Estimulam a nossa volúpia.
Impulsionam a nossa
Agitação.

Habibi, os desertos propiciam tempo
Para olhar o firmamento e
Conjecturar sobre a
Filosofia.

Habibi, os desertos propiciam…


Habibi – palavra árabe que significa “meu amor”, embora possa ser utilizada como uma expressão mais coloquial de “meu amigo”, pode ainda ser um nome pessoal.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Emoções

Catadupas de emoções, Rios de
Lava incandescente, Perfuradadoras que
Abrem túneis em cordilheiras maciças e transportam-nos
Para estádios repletos, Elevam-se gritos de guerra de claques,
Azucrinando os decibéis transmutados em tempestades tropicais.

O tempo imobiliza plasmado num único segundo, que se arrasta
Para uma eternidade, Perduram horas de vida que
Sobrevivem numa fotografia mental. Em movimento
Quedo. Irrompe uma labareda, Suga o
Oxigénio, Engrandece e diligencia procurar mais
Combustível.

Ímpeto abrasador, alimenta correntes de ar ascendentes.
Que se elevam pelos céus. Cria mundos renovados,
Agita músicas oníricas que alvoroçam a imaginação.

Apolo e Dionísio na visão de Nietzsche, Um diálogo que
Agrupa os sentidos
Arremessa para os confins da alma emoções por muito
Olvidadas e sedimenta
Sensações.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Estradas…

Esquadrinho mapas,
Utilizo GPS,
Inquiro a estrela polar!
Interrogo videntes,
Examino as cartas,
Questiono a filosofia!
Só vejo labirintos.

Procuro estradas que proporcionem
Itinerários
Que projectem trajectórias.

Sigo o trilho,
Mais uma vereda sinuosa
Ondulante na encosta da
Montanha alva com o frio do
Alvorecer.
O cume agasalhado pela névoa é
Imperceptível.
Nem longínquo nem próximo!
Não tenho rumo determinado mas
Persigo o futuro!

sábado, 25 de julho de 2009

Uma estranha sedução

Na estranha sedução de
Um pensamento reside a inquietude em que
Vivemos.
Inquirir, perseverar na demanda,
Aglutinar a harmonia de uma conexão neural
Numa cogitação fantasiosa
Patenteia a nossa Humanidade.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Saudade

Percepciono a vida que por vezes é plena de ironia.
A inquietação discorre pela mente. Primeiro devagar,
Logo ganha amplitude, como uma torrente. Acerca-se
Por todos os lados e assedia-nos.
E interrogo-me como é possível a saudade
Implantar-se de maneira tão instantânea e insidiosa?

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A dream

I see you on the edge of a dream.
Your perfect body is wrapped up with a
Enigmatic ocean of blue and maroon.
It’s the universe, itself in the brightness of a supernova explosion.
You are a cosmic understanding of the consciousness.

Encontro-te no esplendor da vida entre
Ruas banais. Vejo-te na montanha longínqua, na
Prateleira do supermercado, no marulhar da água,
Na leveza dos teus passos.
Bebo o teu sorriso, escuto o teu perfume,
Mergulho no teu ser.
Em ti encontro a razão para a existência do átomo!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Hasta siempre

Não há forma amena de encarar a realidade.
Por vezes atinge-nos como uma tempestade invernal.
Feroz, atemorizadora, proveniente do Hades.
Embacia a percepção e torna-se uma mágoa
Envolvida em nevoeiro diáfano.
Há tudo para expressar, não há nada para escrever…
Apenas me ocorre dizer-te
Hasta siempre…

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Escrever

Escrever é um gesto agreste e
Solitário como o fragor das palavras.
É como expulsar uma intuição.
E no entanto
Oculta-se na semântica a dor de as
Parir.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Olho o horizonte vasto e indescritível

Olho o horizonte vasto e indescritível.
Procuro um rumo, trilho apagado nas areias da praia.
Sinto emoções plenas, vazios transcendentais,
Melancolia. Procuro um simples afecto.
A vida nunca é unívoca, carece de seiva quente e suada,
Desfrutável mas perecível.
Guardada em locais esconsos e escuros. Na espera
De um espírito madrugador. Da madrugada
Libertadora.
Precisa do princípio da incerteza, do
Procurar, encontrar e desencontrar, das
Mãos delirantes, da insanidade. Do
Saber e desconhecer, fantasiar.
Idealizar vicissitudes, comprometer comoções.
Banalizar prosas. Namorar, vaguear sem endereço.
Abalroar um desígnio, consumar um ensejo.

sábado, 11 de julho de 2009

Tangibilidade

Tangível?
É uma questão árdua
Sem uma resposta maniqueísta…

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Zombaria

Acontece-me pensar que existe um deus da zomba. Está oculto mas
possui o dom de revelar-se quando não é desejado. Tem um
santuário virtual que se insídia pelo nosso Ser. Na cabeceira
do templo destaca-se um altar construído
com os nossos sentimentos onde o
deus escarnece, ri e Transforma a vida numa peça de fancaria barata
trágico-cómica.
Mesmo eu riria se não fosse actor.

sábado, 4 de julho de 2009

Nostalgia

Prólogo
(A física quântica baseia-se na ideia de que qualquer evento, por mais fantástico que pareça, tem uma determinada probabilidade de ocorrer. Assim existe a possibilidade de que sempre que estamos perante uma escolha, digamos entre seguir a estrada A ou B, poderemos de facto seguir pelas duas estradas, embora em universos diferentes. Sempre que optámos surge um novo universo paralelo onde se concretizam todas as hipóteses possíveis.

Esta ideia, absurda ao senso comum, enquadra-se com o sentimento que muitas vezes experienciámos de sentir nostalgia por acontecimentos que nunca vivemos.)

Já vi nascer a solidão encastrada entre um bulício infernal.
Já vi perecer uma multidão. Já me olhei no
espelho, E retorqui num diálogo simétrico e redundante.
Já escolhi centenas de vezes, Mas tenho a estranha sensação que
de todas, Nunca escolhi. Por
vezes penso que nem senti. Entrecruzei por imensas estradas mas
nunca parei. Sentei-me em miradouros mas duvido que
tenha visto a paisagem. Ouvi
inúmeras músicas, Todas se entranharam. Li incontáveis livros,
Todos me abraçaram. Bebi
mas tudo esqueci. Conheci algumas
pessoas, embora Conhecer me pareça um verbo em tudo relativo.
Decidi, mas mais vezes gostava de tudo ter decidido.

E hoje o meu sonho desejou-te...