sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Hello

Hello
Endless road, doesn’t
Lie to me,
Existence must be a
Narrow path to
Achieve!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Eras única

Eras única,
Diferente,
Especial, muito especial,
Tinhas uma aura que
Embelezava o mundo em teu redor.
Então um dia
Acordaste,
desapareceste do sonho!

domingo, 21 de novembro de 2010

No caminhar da noite

No caminhar da noite
Desvendam-se campos semeados de sonhos,
Onde desabrocham flores lisonjeiras,
Adornam a existência com fragrâncias expectantes,
Cores viçosas e ribombantes,
Açulam desejos e anseios,
Catapultam suspiros,
Ofertam a aras recônditas
Uma dança estonteante,
Um merengue exótico e perturbador que
Agita a vida!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Avec Le temps, Léo Ferré

O passar do tempo

Avec le temps, va, tout s'en va
Léo Ferré

 
O passar do tempo esbate a memória
Da época em que os teus beijos aportavam
Nos meus lábios um sabor terno e gentil,
Uma guloseima que suavizava o acontecer do dia.

O passar do tempo dilui o contorno da tua face
Numa neblina que distancia o calor do teu sorriso
Para uma lonjura da qual não há regresso
Nem réplica anunciada.

O passar do tempo enfraquece o abraço
Que trocamos na despedida de uma noite,
Uma quimera vivida num período curto
E alucinante.

O passar do tempo amarelece as folhas
Do livro que te ofereci,
Volvem-se quebradiças, transformam-se numa saudade,
Tornam-se uma perfeita metáfora do amor.

O passar do tempo afasta as emoções,
Torna-as inócuas,
Esborratadas,
Imagens fantasmagóricas de um filme muito antigo,
Emudecem…
Sobrevive a melancolia.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Sentes?

Sentes a chuva a latejar na rua
Como ondas violentas que emanam do centro do corpo
E se disseminam pelos corpos?
Sentes o cansaço que se desprende das pernas
E atravessa todo o ser
Como uma vaga que submerge a imensidão
Do cosmos?
Sentes a ironia das palavras proferidas
Num momento de evasão da razão?
Sentes a tristeza tomar forma,
Invadir toda a percepção,
Afectar o modo como se entende o mundo?
Sentes a rudeza do gesto,
A fuga dissimulada,
A hipocrisia afectada,
A atitude grosseira?
Sentes o planeta a mover-se
Entre o dia e a noite,
O Inverno e o Verão?
Sentes a aragem no cabelo numa noite de Outono,
Inflamando de vida a essência das coisas?
Sentes o percurso em ziguezague da rua
Que se prolonga por distâncias insondadas e
Tempos incógnitos?
Sentes o tremor da mão
Ao acariciar a face amada?
Sentes o Sol da Primavera na pele
Aquecendo a existência com
O calor das estrelas?
Sentes o presente que se afasta
Para o futuro,
Envolve-nos num nevoeiro de mistérios
Intensos e impenetráveis?
Sentes o sonho quando se transforma
Em pesadelo?
Sentes as promessas, ainda que não escritas,
Quando se tornam ocas e vãs?
Sentes o medo, o ódio, a alegria, a liberdade, o amor?
És capaz de sentir?

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Escondida na profundidade do olhar

Escondida na profundidade do olhar,
Na incerteza do destino,
Embarga-se uma verdade,
Sepulta-se uma sina.

Ainda que levante os braços,
Numa prece imemorial,
As memórias escapam em fios
Que brilham ao sol do entardecer.

Escondida na profundidade do olhar
Reluz uma gota impermeável da
Seiva que move as criaturas conscientes,
Líquido afogueado e acidulado,
Emite convicções e emoções.

Escondida na profundidade do olhar
Jaz uma dor pertinaz,
Solene, fleumática, inexorável,
Carpida no enredar da vida.

Escondida na profundidade do olhar
Permanece um vulto coloquial,
Alusão a um passado, presente e futuro.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Refrigério

A palavra-refrigério,
Consola a inteligência,
Mitiga a circunstância,
Alivia a dor.
Em muitos casos é
Um lenitivo essencial,
Um bálsamo proverbial,
Mas nada acrescenta,
Não muda a essência da vida!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A solidão é vasta

A solidão é vasta,
Ocupa um espaço quadridimensional,
Prolonga-se no tempo,
É hedonista em si mesma,
Um tudo nada pedante,
E abriga-se no espírito,
Preenchendo-o lentamente,
Arreiga-se ao quotidiano,
Implode na razão,
E torna-se uma guia,
Um azimute que se perpétua,
Uma voz que se escuta com fervor,
Converte-se na própria vida!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Aonde?

Para onde?
Para onde corre o pensamento
Naqueles dias de chuva e frio?
Para onde corre o rio
Durante a maré alta?
Para onde corre o vento
No interior do deserto abrasador?
Para onde vão os suspiros
Num dia melancólico?
Para onde vai a fantasia
Num momento sem inspiração?
Para onde vai a saudade
Quando a ausência se demora?
Para onde foge o pensamento
Numa noite de insónia?
Para onde vão os meus passos
Num passeio sem rota marcada?
Sempre para perto de ti!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Intensamente

Há um ritmo que se esconde para
Lá do conhecimento.
É onde nasce o azul do céu que
Respira de um modo intensamente belo.
E desse lugar mítico
Emerge um intelecto que
Revela um
Amor doce e sereno!