sábado, 27 de agosto de 2011

Escuta o rumor que sussurra

Escuta o rumor que sussurra
Ao teu ouvido,
As palavras que são meras
Traduções do voo dos pássaros,
Ondulam na atmosfera,
Vibram as moléculas do ar,
Transportam este fragor que se
Multiplica,
Agiganta,

Um vocábulo sem nome
Emotivo,
Um olhar perdido no horizonte,
Uma pergunta,
Dúvida que se alastra,
Impregna o ambiente com um
Perfume estranho e exótico,
Extraordinário,

Alivia,
Respira sozinho,
Assume a tempestade iminente,
Resguarda-se,
Refugia-se na multidão,
Quebra grilhões,
Agita,

Transforma-se num mistério
De literatura
Desmedida,
Um livro na cabeceira,
Um rosto,
Uma verdade, enfim
Tudo!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O calor dos corpos


O calor da tua presença
Afogueia os sentidos,
A respiração combina-se
Com a sudação,
Esvaece,
Transforma-se em carícias,
As mágoas ausentam-se
Para lugares distantes,
Permanece a coesão
Dos corpos
Num abraço infinito.

sábado, 20 de agosto de 2011

Destes lugares


Ouvir as notícias na rádio,
A informação televisiva,
Ler os jornais,
É um fenómeno
Absolutamente espantoso,
Evidencia a insanidade
Desta Humanidade!

Mas
Daqui destes lugares maciços,
Destes penedos primitivos,
Anciões vetustos,
A insensatez do mundo parece
Longínqua,
Mesmo obsoleta.
Aqui sobre o rio Homem,
Onde homens labutam,
Sofrem,
Dançam, riem,
Choram,
Lutam, cavaqueiam,
São autênticos,
A insanidade da Humanidade
Parece ser doença menor.


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Um mundo


Um mundo alienado,
Completamente alucinado,
Não aprende com a História,
Sem rumo, pior
Sem leme ou timoneiro,
Divaga, gerido por loucos e
Criaturas sem consciência,
Globo afundado no mais puro darwinismo,
Animais selvagens na luta pela sobrevivência,
Predadores que atacam,
Vampiros que sugam,
Liberais que aplaudem,
Banqueiros que se banqueteiam,
Agiotas insaciáveis,
Políticos medíocres,
Povo acéfalo,
Retrato hediondo
Que me leva a questionar,
Onde está a nossa humanidade?

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Sonhei


Sonhei com o ar fresco da madrugada
Latejando na face,
Transmitindo uma sensação de frescura e
Leveza,
Sonhei com a quietude de uma noite
Fresca de verão,
O luar emprestando sombras,
Criando formas,
Alimentando mistérios,
Sonhei um mundo perfeito,
Sem excessos,
Sem crises económicas,
Sem mentira!
Sonhei com a neve no alto da montanha,
Com o mar e o sol na praia,
O pôr-do-sol arrebatante,
Sonhei a utopia,
Sonhei todos os sonhos…
E em todos eles estavas presente!

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Olho o mar


Olho o mar,
As vagas que se espraiam no areal,
A espuma que vagueia,
O horizonte que se distancia,
O pensamento que perambula,
E que se fixa nesses olhos
Que são passagens
Para prazeres infinitos!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Momentos há

Momentos há,
As nuvens embravecem,
Agitam-se,
Enfurecem-se,
Tornam irrelevantes
Muitos outros acontecimentos
Alimentam a alma
Com um brado que se expande,
E exclama dirimido…
Nunca se render!
Nunca desistir,
Sorrir!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Anseios

Ouço o som ribombar,
Depois vislumbro a queda de água,
Inclina-se para o vazio,
Miríades de arco-íris preenchem a atmosfera
Dão-lhe uma aparência de éden.

Escuto teus passos, apesar de leves,
Tu que sentiste a dor,
E viajaste num carro de fogo que
Cruzou o céu num rasto de labaredas,
Contemplaste o mundo.

O meu caderno de notas
Descreve a solidão como um estado de alma,
Lobrigo, ao longe, os teus cabelos ágeis,
Voluteiam incitados pela brisa,
Refratam o sol, espelham a luz,
Espantam as sombras negras.

Um vapor quase impercetível eleva-se
Distante,
Após um momento de hesitação,
Prospera, Medra,
Encapela em turbilhão o ar,
Emana um tornado.

Agita, alvoroça as ideias,
Assimila eventos e tormentas,
Vibra com paixão,
Inquieta, Impele,
Procura,
Deseja-te!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Encontro

Encontro o sentido do acaso,
A sorte da casualidade,
Naquilo que o imprevisto tem
De permanência e perenidade.
Quiçá o destino seja a
Fortuna da vida e esta, por sua vez,
Contenha a
Felicidade!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Uma correnteza

Uma correnteza de água,
Uma torrente de lava,
Estreitada entre fragas,
Flui frenética para o vale,
Para o mar,
Com impetuosidade,
Precipita-se com impaciência,
Tem urgência em desaguar,
Em amar!

Compreendo
A graciosidade do teu gesto,
Entendo
A perfeição do teu pensamento,
Percebo
A limpidez do teu olhar,
Abranjo
A profundidade do teu saber,
Abarco
A necessidade de te escutar,
Concebo
A premência de te amar!

A leveza
Da tua voz,
A delicadeza
Das tuas mãos,
A graciosidade do teu corpo,
A subtileza
Do teu sorriso,
A tua natural simpatia,
Sugerem fantasias,
Proporcionam sonhos,
Merecem veneração,
Oferecem o paraíso!