sábado, 28 de janeiro de 2012

Horizontes


Dezembro de 20011, Levada, Terras do bouro

Uma emoção


Uma emoção que se separa,
Adquire vida própria,
Viaja por alcantiladas escarpas,
Sem qualquer medo ou receio,
Demanda sempre por lugares mais altos,
Onde o horizonte é mais extenso,
O ar mais impoluto,
Lá onde a vida é soberba.
Até que, desiludida e cansada,
Detém-se numa encruzilhada,
E num movimento estudadamente cinético,
Desliza serena e sossegada,
Divisa a compreensão.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Um tempo de incerteza


Um tempo de incerteza que se expande
De forma inexorável e trepidante,
Pressentem-se, longínquas, mas próximas,
Trombetas que ribombam em cadência.
Ambíguas, interpelam perplexidades,
Prosperam num mar de flexibilidade
Que alguém, certamente bem informado,
E avinhado em absolutas certezas,
Pretende que, à força, rime com segurança.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

De noite


De noite
As impressões perseguem o
Sonho diurno!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Lusco-fusco


O dia esmorece na noite,
Neste lusco-fusco temperado por inquietantes
Cores do arco-íris,
Congelado num preciso e único momento,
Envolvido numa aura ecuménica,
Um esquecimento planeado e absoluto,
Determinado por um silêncio resoluto,
Alimentado por forças telúricas.

Paira uma sensação esquisita,
Percorre a pele num movimento contínuo,
Arrepia, invoca ocasiões dissipadas,
Entretece os filamentos da existência,
Afadigam-se em ritmos delirantes.
O semblante veemente
Expressa dúvida e interrogação,
Os passos titubeantes manifestam
Incerteza.

Ao longe soam arrogantes
Sons penetrantes,
Insinuam um crepúsculo tumultuoso,
Um mar revolto e violento,
A previsível descida ao Hades,
A incineração no Inferno,
O avultar da pobreza,
O medrar da mediocridade.

Uma catarse?
Ou simplesmente o ocaso do Mundo?


domingo, 15 de janeiro de 2012

Sinto


Sinto
A transcendência da paisagem,
Absorvo
A imanência da liberdade,
Admiro
A emergência do pensamento,
Vibro
Com a essência da vida.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Olha


Olha bem para o espaço do teu horizonte,
Vê-o e lê-o,
Analisa-o com atenção,
Pensa e repensa com precaução,
Estabelece uma meta,
Giza um plano com todo o cuidado…
Depois
Deita-o fora e
Vive!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O frio desce dos cumes


O frio desce dos cumes
Em catadupas gélidas e profundas,
Aporta-me saudades do
Calor do teu olhar.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Cosmo onírico


Uma alma única,
Exótica e
Encantadora,
Reside nesse corpo,
Já de si, admirável e
Venerável.

Liberta-se numa manhã sebastiânica,
Numa deflagração multicolor e tridimensional,
O coração bate acelerado e descompassado,
Mas a razão apenas vislumbra
Um clamor do cosmo onírico.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Certamente amor


Certamente amor
Rima com dor
Mas não menos
Com ardor!

domingo, 1 de janeiro de 2012

Nevoeiro cerrado


O nevoeiro cerrado encontra
A mão aberta,
Encerra um mistério,
Um dilema perdido,
Alavancado nas gotículas de água que
Perpassam pelo vidro espelhado,
Aspergem sonhos,
Colidem com a realidade,
Envolvem-nos, conscientes e livres,
Na aura do dia a dia,
E desaparecem na bruma,
Aliviados,
Recuperados para uma nova vida.