domingo, 27 de maio de 2012

Viver o sonho


Momentos há em que o pensamento
Permanece vazio,
Despojado de uma ideia ou sentimento,
Separado entre a ilusão e a realidade,
Aquiesce um lento momento de solidão.
No entanto…
A gestação do tempo
Oferece novos conhecimentos
Que simplesmente segredam…
Vive o sonho…

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Atenas


Atenas,
Ali nasceu a democracia,
O conceito de cidadania.
Dois mil e quinhentos anos depois,
Os mercados,
Os novos senhores do mundo,
Numa tétrica viagem
Do Olimpo para o Hades,
Tramam o seu assassínio.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Memórias


Corre uma leve e tépida aragem,
Aporta-me a cálida reminiscência,
A suave memória
De um encontro,
Do perfeito enlace de dois
Diferentes espíritos. 

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Um dia que passa


Um dia que passa
Uma miragem,
Uma fantasia saída de uma imaginação delirante,
A convicção cega e obtusa
Que a austeridade
Acrescida de empobrecimento
E desemprego,
Qual repetição de um qualquer milagre saloio,
Levará ao crescimento económico.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Quando te vais embora


Quando te vais embora,
Parto também,
Num turbilhão de saudades,
Do aconchego da tua
Presença.

domingo, 13 de maio de 2012

Encantamento


No arrebatamento
De um momento
De deslumbramento,
Teu corpo
Nu,
É o feitiço
De um encantamento.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Sinapses


Haver um espaço onde seja possível
Caber tu e eu,
Assim como talvez, e ainda
Outra vez.
Atento ao ter que ler a
Intuição e a
Sensação de ver o teu rosto
No seio da multidão.
E o tempo que se perdeu
Até que nasceu a ideia,
Uma insigne e notável perceção,
Do mundo que gira e caminha,
Transmuta o dia para a noite,
Ou a noite para o dia,
Como melhor te aprouver,
Modifica o nosso modo de pensar,
Aprende, liberta,
Compreende as razões da ignorância,
Transfigura o saber,
Renova o fazer,
E ainda assim permanece
O prazer de te conhecer,
Como uma volúpia intemporal
E intencional.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Néctar dos sentidos


Esses olhos,
Ah, esses olhos
São dois feitiços cintilantes,
Sortilégios de deusa,
Néctar dos sentidos.
São safiras castanhas que
Incendeiam o escuro da noite e
Empalidecem a lua.

Esses olhos,
Ah, esses olhos
São portas profundas
Para o Jardim do Éden. 

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Quando me beijas


Os meus lábios ardem,
O coração acelera,
As pernas tremem,
O corpo vibra.
Tudo lugares comuns,
É certo,
Mas nenhum menos verdadeiro,
Quando tu me beijas!

terça-feira, 1 de maio de 2012

Manhã campestre


Silêncios apenas quebrados pelo voo dos pássaros,
O leve bramir do vento espraiando-se no verde da paisagem,
O cinzento e vermelho das casas que escalam o monte,
O negrume das nuvens acasteladas no horizonte,
A estrada ondulando pela encosta,
Os animais esparzidos pelas pastagens,
Fragâncias a ervas aromáticas,
Aroma de terra húmida.
Um simples e bucólico
Manifesto de uma manhã campestre.