domingo, 15 de dezembro de 2013

Sinto o chão

Sinto o chão
Com a palma da mão,
Escuto o vulcão
Que irrompe de certeza
Com a lava acesa
E escaldante
Num tremor trepidante,
A intensidade da distância
Assume relevância
Em qualquer circunstância,
Assim como a liberdade
De um momento
É uma inquestionável verdade!

domingo, 8 de dezembro de 2013

Madrugadora manhã de domingo

Madrugadora manhã de domingo,
Sol sumptuoso,
Uma paz volteia no ar quedo,
Além, próximo, por vezes
Distante,
A planura do mar perde-se
No denso nevoeiro,
E no entanto, apesar da pacatez
Desta alvorada,
Consegue-se ouvir, bem alto e estridente,
O grito de sofrimento
Do meu país!

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Ontem foi um daqueles dias

Ontem foi um daqueles dias que se perdem
Na escuridão do tempo que se situa entre o
Amanhecer e o momento do
Anoitecer,
Acontecem eventos retirados de profundezas inócuas,
Apelam para pensamentos desconhecidos,
Por vezes envelhecidos
Em razões poeirentas e desconexas,
Que se apagam como brasas de uma fogueira fátua,
Efémeros dias,
Perenes como moléculas,
Adjacentes ao conhecimento da vida,
Inclementes,
Mas ainda assim,
Vibrantes.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Na ânsia de correr pelo universo

Na ânsia de correr pelo universo,
De uma forma solitária… mas acompanhado
Pela inquietude do pensamento,
Um espaço onde as coisas acontecem,
E é permitido
Gritar completamente aturdido,
Deliberar na solicitude de um sorriso,
Como se o rosto refletisse a água de milhares de fontes
Límpidas aspergissem a claridade de um dia de verão,
Se existissem perguntas na trivialidade da vida,
Como se erguessem muros de pedra e
Afastassem todo o género humano
E mergulhassem numa depressão silenciosa,
Por vezes disfarçada com sorrisos e palavras comezinhas
Atravancadas em polissemias rugosas e envelhecidas.
Ouvem-se ao longe vozes incoerentes
Alimentadas com a tristeza que emana dos teus olhos lindos
E no entanto o tempo continua a percorrer os seus trilhos
E não existem momentos em que o vento reclama
O amor, mesmo que seja um sonho perdido no
Equilíbrio da dança de duas borboletas,
Longínquo
Mas o desejo de abraçar, num abraço que abarque todo o
Universo na certeza de degustar os teus lábios trémulos
Mas determinados na infindável opulência de teres nascido
Mulher que transcende a beleza mundana e se refugia na perfeição,
Que se tivesse nome
Seria o teu!