Depois
de todos estes dias tempestuosos
O
sol reaparece com todo o seu fulgor,
Alivia
os tons cinzentos, revela
Cores
luzidias e cintilantes, abrange instantes
Expectantes,
Ouve-se,
de mansinho, o desconjuntar da manhã,
Percorrida
numa órbita celeste,
Como
se o tempo se imiscuísse na
Circunstância
da vida existir e, entrementes,
O
discurso político, parece desprovido
De
qualquer senso,
Para
além de pretender mergulhar
O
país em dor,
Totalmente
esquecidos do
Humanismo,
Do
motivo principal da política,
Pelo
menos nas palavras do liberalismo,
“A
busca da felicidade do povo”,
Onde
está, nos dias de hoje,
Essa
bem-aventurança?
Limitada
a um grupo de ricos,
A
nova “nomenclatura” das sociedades atuais,
Que
tudo dominam.
São
os novos predadores sociais,
A
nobreza da contemporaneidade,
Escondida
em sociedade anónimas,
Bancos,
Agências
de “rating”
E
outros organismo,
Igualmente
inconfessáveis,
Lideradas
por reprováveis administradores,
Que
para se enriquecerem arrasam e aniquilam
A
esperança e liberdade de povos inteiros,
A
minha dúvida é,
Até
quando?
Quanto
mais será preciso aguentarmos
Para
acordarmos?
Há
mais de trezentos anos,
Jean-Jacques
Rousseau afirmou
Que
era legítimo os povos revoltarem-se contra
A
iniquidade dos políticos!
Um
dia de sol de inverno feérico,
É
um convite sereno à reflexão,
Olhar
para o espelho da existência,
E
perguntar, perentoriamente,
Até
quando?