quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

O meu sofá

O meu sofá estende os braços,
Abraça-me com delicadeza,
Embala o meu sono sonho,
Aconchega-me na incerteza,
Mitiga o peso da vida,
Abranda o tempo,
E tudo
No mais completo silêncio!

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Dia de São Valentim

Dia de afetos
Que se insinuam,
Levemente,
Entreabrindo caminhos
Que ressoam nas pegadas
Abandonadas
Entre arbustos que se inclinam,
Suavemente,
No rumo do destino,
Eclético sentimento,
Disseminado pela correnteza
Do pensamento,
Simbolizado num dia
Que, sendo verdadeiro,
Deveria ser vivido todos os minutos
Da vida!

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Noite…

Noite que se pronuncia naturalmente,
Perpetuada na incessante rotação do quotidiano,
Transforma-se em madrugada suave e
Iridescente,
Dissipada num langor tântrico,
Delida no medrar do dia.

Noite que se enerva e
Se quebra como copos de cristal
Num fragor crepitante,
Silenciada pelo espaçar do
Tempo.

Noite de encanto,
De espanto,
Maravilhas entretidas
Na indolência ditirâmbica,
Quase Kármica,
Noite envolvente,
Quente
Apesar de fria,
Luminosa
Apesar de
Misteriosa,
Enlevada
Apesar de assustada.

Noite determinada a
Nascer
E crescer.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

A tempestade perfeita

O horizonte cinzento,
O vento
Inclemente,
Ulula incessantemente,
Esvoaçam, perdidos no horizonte,
Pedaços de civilização,
As marés agigantam-se
Açulam a beira-mar,
A chuva desaba
Com estrondo,
E no entanto,
Ao redor da lareira,
Apenas se advinha a
Tranquilidade. 

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Se fosses uma estátua

Se fosses uma estátua
Poder-te-ia admirar no
Deslumbramento de um olhar
Demorado,
Circundar, inquiridor,
O teu vulto.

Se fosses uma estátua
Gostaria de ser o escultor
Seduzido pela tentação
Do sorriso
Cinzelado no
Mármore perene.

Se fosses uma estátua
Deleitar-me-ia a tatear
Todos os fragmentos
Da pele suave e
Tépida.

Se fosses uma estátua
Serias uma deusa
Digna de um santuário,
Serias a suprema beleza,
Serias…
Mulher!

domingo, 2 de fevereiro de 2014

O inevitável decorrer dos anos

O inevitável decorrer dos anos
Não subjuga os sentimentos,
Confere-lhes a suave pátina
Da imaginação,
Adiciona-lhes saudade,
Harmoniza vetustas memórias,
Congrega espíritos,
Gemina reminiscências,
Aproxima de forma indelével.

Emoções há,
Embora submetidas ao inexorável
Deslizar do tempo,
São indissipáveis!