sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

O vento

O vento agita levemente o espanta-espírito,
Borbulha nas folhas do arvoredo,
Gira, num círculo íngreme, as velas do moinho,
Assobia, entediado, na rua lúgubre
Derrama ondas no mar fátuo,
Arqueia as verdes ervas do prado,
Sacode a poeira do caminho,
Adeja, soluçante, o papagaio,
Germina um pensamento fabuloso,
Aporta-me as tuas meditações,
Envia-te as minhas sensações,
Quebra as grilhetas que aprisionam,
Liberta!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Estórias

O azul profundo do mar
Estende-se a longínquos distantes,
A cor florida e garrida,
O doce amargo do café,
Estórias, que se veneram,
Entrecruzam-se no ar quedo,
A tranquilidade invade, sossegada,
O olhar,
Apetece o beijo,
Sossega a agitação,
Apossa-se, serena, a mágica sensação,
De bem-estar.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Uma pertinente interrogação

Lutas fratricidas,
Extremismos,
Fanatismos,
Guerras, massacres,
Cupidez, falsidade
Corrupção,
A mais incrível riqueza convivendo
Alegremente
Com a pobreza faminta,
E muitos,
Muitos mais adjetivos,
Escapam à minha limitada
Imaginação,
Mas impelem-me para uma pertinente
Interrogação,
Seremos, certamente, seres,
Mas seremos nós Humanos?