domingo, 25 de janeiro de 2015

Cumplicidades

Desperta o sonho,
Floresce no frio intempestivo
Da sumptuosidade do fim de tarde,
A gélida brisa a acaricia incessantemente a face,
Esconde-se no índigo do mar,
A maresia entrelaça-se com o voo
Acrobático das gaivotas,
O ténue rumor das ondas espraiando-se na areia
Confunde-se com o silêncio que nos rodeia,
O tempo divaga, enamorado, 
Num admirável encantamento,
O tudo e o nada,
Par a par,
Diluem-se na sensualidade da imagem,
O mundo espairece
E gira,
Gira numa cornucópia intensa
Imerso na volúpia dos corpos,
A intensidade de um abraço intui
A irrevogável cumplicidade
Que alenta a vida!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Diálogos

Diálogos onde se entrecruzam
Palavras, gestos,
Sensibilidades e afetos,
Dirime o antagónico,
Prevalece a harmonia,
Estabelece um ponto de encontro
Em qualquer lugar do mundo,
Renascem razões,
Dissolve-se o presente
Na intermitência do pensamento,
Olvidam-se agruras, mesmo as mais relutantes,
Na intensidade das palavras,
Persegue-se a multíplice imensidão da realidade,
Desdobra-se em encontros mágicos,
Sortilégio quase letárgico
Que impele o conhecimento,
Abraça a quimera da liberdade,
E, no final,
Em definitivo,
Germinam os sentimentos!


domingo, 11 de janeiro de 2015

A ganância

Tempo que se angústia em si mesmo,
Violência que poderá ser tudo
Gratuita não é com certeza,
Um mundo esgotado de ideias
Outro exacerbado em ideais,
Um planeta de desigualdades,
Onde um ego domina e predomina,
O dinheiro.

A raiz,
A génese
Da miríade de problemas que avassala a
Humanidade,
Está na ganância de alguns,
E na indiferença de muitos!

domingo, 4 de janeiro de 2015

Ano Novo

Ano Novo,
Solilóquio imperativo
Nasce sempre com incerteza,
A interrogação,
Uma dúvida que se espraia
Entre o medo,
A angústia
Do futuro desconhecido
E a esperança
Nesse mesmo porvir!