quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Um velho homem do Peloponeso

Um velho homem do Peloponeso
Olha em volta e vê
A miséria que, gritante, se expande
Nas ruas da cidade
Que poderia muito bem ser
Atenas, Madrid, Lisboa ou outra,
Muitas outras do sul do caduco continente,

Um velho homem do Peloponeso
Olha em volta e vê
A Europa de Jean Monnet,
Pensada para diminuir diferenças,
Aproximar países e povos,
Transformada exatamente no seu oposto,
Servindo para enriquecer uns e empobrecer os restantes.

Um velho homem do Peloponeso
Olha em volta e vê
A civilização ocidental que ajudou a definir e a construir
Colapsar entre mercados, a cupidez e a estupidez,
A indiferença e a cegueira de muitos!

Um velho homem do Peloponeso
Olha em volta e vê
A democracia que inventou
Tornar-se numa paródia
Onde os povos são “convidados” a votar de
Uma única maneira,
Todas as outras serão irresponsáveis!

Um velho homem do Peloponeso
Olha em volta e vê
A União que pretendia trazer a paz e o bem-estar
Afundar-se na luta pelo predomínio,
Onde uns ganham, outros perdem,
Uns mandam, outros obedecem.

Um velho homem do Peloponeso
Olha em volta e vê
A destruição de uma civilização,
O devastar de uma esperança,
E não chora,
Luta!

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Quero sentir-te à distância de um sorriso

Quero sentir-te à distância de um sorriso,
Perder-me em lábios frondosos,
Verberar na solicitude de um gesto interrogativo,
Aquiescer na perturbação de um olhar insinuante,
Do íntimo nevoeiro renasce límpido pensamento,
Incute misteriosas histórias,
Simbólicas palavras
Conquistam prodigiosas perceções,
Amaciam silêncios,
Um discernimento prospera,
Corteja, intimidado,
Mas determinado,
Ilumina!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Memórias

As memórias levitam na espuma do mar,
Alongam-se em indulgentes pensamentos,
As palavras soltam-se em diálogos inesquecíveis,
Fluem em redor, edificam um espaço fascinante,
Constroem elegantes e perenes sensibilidades,
Elevam-se a intuições que ordenam o visível,

Os gestos tocam-se, fundem-se num
Ser singular,

Os corpos movem-se em uníssono,
Os silêncios ecoam profundos e sonoros,
Ouvem-se penetrantes,
Conectados por fios invisíveis,
Interligam meditações e gestos,
Amparam-se
Num amplexo mútuo,
Voam espontâneos,
Naturalmente livres e
Verdadeiros!

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Num átimo poderoso

Num átimo poderoso
Robustece o poder da luta
Veicula testemunhos de dor,
Ensandece,
Entrelaça caminhos
Mas nunca aquiesce!