quarta-feira, 29 de abril de 2015

A sensualidade

A sensualidade
Esconde-se na opulência de um sorriso,
Liberta-se na leveza de um simples gesto,
Encontra-se na voluptuosidade dos corpos que se encontram
Sem se tocarem,
Rodopiam numa dança feérica, deslizam suavemente pelo ar,
Descobrem-se numa urgência simbiótica,
Movimentam-se em sincronia,
Transpiram de modo uníssono,
Respiram-se,
Amam-se!

segunda-feira, 20 de abril de 2015

As palavras

As palavras nascem em misteriosos lugares,
De forma enigmática
Adquirem vontade própria,
Adjetivam pensamentos e ações,
Ondulam e revigoram-se em livros,
Interpretam interrogações,
Balizam equações,
Aquecem conversas,
Misturam-se no ar e transportam-se
Para todos os locais,
Sobrevivem aos massacres,
Vivem connosco,
Nas recordações,
Que ficam,
Dos que partem!

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Arquipélago

Ilhas perdidas encontradas num oceano inominado,
Incógnitas,
Envolvidas em arcano mistério,
Telúricas na sua génese,
Emergem na sofreguidão da existência,
Indiciam um delicado pensamento
Embebido na paisagem selvagem
E triunfante.

Ousam afirmar um clamor incerto
Derramam-se na paisagem,
Escutam-se num som leve e
Penetrante,

Refletem,
Exalam luz exultante,
Inconstante,
Brilham no ar
Inebriante,

Arquipélago que se situa
No mito da utopia,
Para lá da consciência,
No incessante deleite das palavras
Que se conjugam, entreajudam,
Discordam, discutem
Mas sempre rimam
Na mente do poeta.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Existir

O olhar emerge da noite,
Partilhamos o alvorecer,
Temos um jardim notívago,
Quântico,
Expande-se numa aceleração instantânea,
Absorve o entendimento do Cosmos,
Surge do nada,
Inscreve-se na teoria do tudo,
Bolina no mar revolto,
Uma colisão de partículas elementares,
Vaga perceção do princípio primordial,
Ilimitada,
Infinita,
Incessável,
Insaciável busca do saber,
Só porque
Somos,
Existimos!