quinta-feira, 24 de setembro de 2015

O teu sorriso…

Há sorrisos que tranquilizam a vida,
Embebem-se bem fundo da imanência do ser,
Auspiciam porvires duradoiros,
Acalentam imaginações férteis,
Vibram no espaço em frequências infatigáveis.

Gosto do teu sorriso
Onde volteiam graciosas borboletas,
Descrevem suaves rotas
No ar quedo
Que nos antípodas emergem
Numa quântica tempestade,
Dirimem ventos ciclónicos,
Ondas que de pacífico antagonizam o oceano.

Quando o teu sorriso se espraia
O Mundo para,
Incandesce,
Estaciona numa espécie de êxtase fractal,
Nenhum som perfura a atmosfera,
Paira uma sensação irreal,
Uma névoa translúcida refrata a luz
Numa miríade de arco-íris esfuziantes,

Nada se move,
Imobilizado num suspense afetivo,
Exceto as gaivotas
Que voam em padrões delirantes,
Saltitam em alegre sinfonia,

Absorvem a energia,
Libertam o teu olhar
Numa feérica festa de
Emoções!

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Liberdade

Amor
Nasce
Assim, leve
Como o ar que respira,
Frágil mas
Sedutor e ardente,
Irreverente mas
Intocável,
Insurgente na sua necessidade
De viver
E de se libertar!

domingo, 13 de setembro de 2015

Latitudes universais

Ela
Pode ser africana
Porque de África é,
Ele,
De outras latitudes provém,
Mais nortenhas,
No entanto encontram-se no nadir longínquo
De uma vida,
Vivem de ensejos,
Também de desejos,
Caldeiam sentimentos,
Olham-se nos olhos,
Criam um círculo, estendem as mãos,
O vento veste-os com um perfume exótico,
O abraço abarca-os de um modo tão completo
Que são dois e ao mesmo tempo um,
A transpiração une os corpos,
A respiração movimenta-os em uníssono
Num êxtase sensual e
Universal. 

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Uma tarde mágica

Uma tarde mágica,
O mundo encolheu e, ao mesmo tempo,
Estendeu-se por dimensões cósmicas,
Um passadiço,
Dunas,
Uma ténue brisa,
O mar ao fundo,
Duas pessoas que se
Cruzam,
Harmonizam sorrisos,
Conversam,
Dialogam palavras e
Emoções,
Entrelaçam sentimentos,
Festejam a vida!

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Construir

Nas circunvoluções de um
Tempo longo,
Encontro-te,
Encontro-me,
No degustar da vida,
Dos pensamentos,
Da irrequietude
Que se acalma na leveza da conversa,
A incerteza dilui-se
No percurso indelével
De uma manhã até ao entardecer,
Não se esgota,
Constrói-se continuamente
Num afã subtil de arquitetar emoções,
Perde-se vezes sem conta,
Descobre-se ininterruptamente,
Afoga-se
Mas volta à tona,
Numa trajetória suave e estável,
Inimaginável,
E no entanto,
Real.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Uma criança na praia

Uma criança na praia,
Centenas de milhar,
Que me desculpem os ignorantes que o afirmam,
Não são migrantes!
São refugiados de guerras
Muitas vezes iniciadas e
Alimentadas
Por interesses ignaros e
Abomináveis,
Conflitos que discorrem
Na indiferença de quem está longe,
Consciências pesadas,
As nossas,
Bem pesadas com o que temos diante dos olhos,
E no entanto perseveramos num
Imobilismo fatal
Que nos condena à nossa, ancestral, condição de
Predadores!

terça-feira, 1 de setembro de 2015

A razão de um querer

A razão de um querer
Reside na dimensão da complexidade
Em o abarcar,
Está no tormento
De o sonhar,
O idealizar,
E,
Em definitivo,
Na inteligência de o viver!