domingo, 25 de outubro de 2015

Um amor assim

Um amor assim
Precisa de ser tratado com toda a ternura,
Compreender-se,
Alimentar-se da doçura dos sorrisos,
Crescer livremente,
Apropriar-se dos termos coloquiais,
Embrenhar-se nos pensamentos,
Divertir-se no percorrer dos anos,
Sedimentar-se no quotidiano da vida,
Elogiar-se e criticar-se suavemente,
Questionar-se,
Penetrar nos corpos,
Florir nas estações do ano,
Assumir-se na imponderabilidade dos acontecimentos, e
Naturalmente
Necessita de ser amado!

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Democracia é mais do que uma palavra

Democracia é mais do que uma palavra,
Um conceito na Grécia nascido,
Pelo Mundo aperfeiçoado,
Muitas vezes maltratado,
Ignorado,
E até vilipendiado,
Mas esta conceção,
Para ser verdadeiramente universal,
Tem de ter a mesma valia,
A mesma importância,
Os mesmos valores,
Quer esteja a residir na Europa,
Em qualquer cidade da Síria, do Iraque,
Ou em qualquer recanto africano.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

A pensar em ti

A pensar em ti ouço o chilrear da chuva na rua distante,
Sinto o frémito do vento nos vidros das janelas,
Escrevo em páginas brancas que se saciam de imagens coloridas do teu corpo,
Abraço o tempo íngreme que ascende para ti,
O pensamento delirante absorve a plenitude do teu ser,
Vibrações proporcionadas pelo ar aportam-me imagens da tua beleza,
Saudades mesclam-se com vastos enternecimentos,
O dia grisalho contrasta com a pigmentação da tua alma
E o sol brilha para lá das nuvens na incomensurabilidade das sensações,
A pensar em ti vens até mim!

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Escuto a tua voz

Escuto a tua voz
Entre silêncios e carícias,

Fala-me de amor,
Entranha-se na pele,
Cativa por osmose,
Seduz,
Dá e recebe,

Aproxima-nos em
Incomensuráveis momentos,
De um simples instante
Transforma-se num
Todo,

Abrangente,
Solidário, insaciável
Mas estável,
Vive em nós,

Amadurece,
Na indissolúvel
Alegria do ser,

Vive a
Imensidão da vida,
Transfigura-se na
Ousadia de almejar
Renascer,

E,
Na solicitude da História,
Prospera
Feliz. 

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Ouso imaginar

Ouso imaginar que o pensamento
Medeia a incerteza da saudade,
Impregna os corpos
Na urgência de se tatearem,
Beberem-se na boca,
Explorarem todos os sentidos,
Misturam-se numa azáfama solícita,
Inquietarem-se e
Alcançarem a serenidade,
Deliciarem-se no requebro do cansaço,
Escutarem as palavras que encetam caminhos,
Olvidarem o mundo
E, ao mesmo tempo, a ele estarem atentos,
Um tempo onde existe cada um
Mas da individualidade emana uma fusão
Que se conjuga com paixão,
Arreiga-se na afeição
E substantiva-se no imensidão do
Amarem-se!