sexta-feira, 25 de março de 2016

Um dia frio e cinzento

Um dia frio e
Cinzento
Um dia em que se embota o pensamento,
Um dia em que se cresce e
Se deambula no argumento,
Um dia em que apetece ser,
Porventura ler,
Ter uma aventura no mar escuro,
Ouvir o canto ritmado das gaivotas,
Estremecer,
Sentir o ritmo da vida,
Desvendar o encurtar deste mundo em guerra,
Escutar os suspiros dos que das guerras e pobreza
Fogem,
Tentar compreender o egoísmo dos que asilo lhes negam,
Neste dia frio e
Cinzento,
Procurar entender o enigma desta humanidade,
Saber o rumo desta órbita incandescente,
Ousar ver,
Aquiescer com o porvir,
E ainda indagar sobre a consciência,
Querer saber da moral e da
Ética,
Neste dia frio e
Cinzento,
Olhar para a palma da mão
E, calmamente,
Aguardar pela chuva.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Um voo planado na fronteira da quimera

Um voo planado na fronteira da quimera,
Em absoluto inefável,
Indelével,
Uma visão iconoclasta enraíza-se na subversão
Da mente,
Submete-se a um escrutínio total,
Subleva-se na liberdade do quotidiano,

Suavemente o altímetro calibra a pressão atmosférica,
Arreiga-se num projeto, numa
Sinceridade,
Ficcionada ou real,
Alimenta-se de vocábulos dispersos,
Na perfeição da paisagem que se
Estende por uma infinidade de pontos de vista,
Iliba os réus incógnitos,

O panorama cobre-se de cores versáteis,
Arredonda os picos alcantilados,
Namora as montanhas e as planícies,
Norteia o rio para o mar,
Volteia num afã agreste,
Quase lítico,
Numa versão autónoma da realidade que se

Transcende,
Roça o surreal da vida numa
Versão dionisíaca,

Esvaece num tempo ideal,
Adormece num emolumento onírico,
Prospera
Porque sabe que o encontro
Está para lá da ilusão
E tem uma vida autónoma
Imersa na autenticidade.

sábado, 5 de março de 2016

O calor do corpo

O calor do corpo
Envolve-se numa sensação de euforia,
Num espaço intermitente,
Entre o momento que se descobre
E o que se esconde,
Num movimento quase perpétuo,
Quase perfeito,
Embriaga como vinho perfumado
Que extravasa no copo,
E borbulha,
Como geiser esfuziante,
Entusiasma,
Persevera na ideia de verdade,
Coalesce em liberdade,
Cresce em sinceridade!

sexta-feira, 4 de março de 2016

Noite

No frio da noite escura
Não existe desalento
Nem tristeza,
Nem tão pouco amargura
Ou desencanto,

Há um olhar penetrante,
Uma mão segura,
Um riso contagiante,
Um abraço afetuoso,
Um toque vibrante
Um namoro incandescente!

terça-feira, 1 de março de 2016

Revejo o sonho na palma dessa mão

Revejo o sonho na palma dessa mão,
Suave como uma colina florida,
Alcantilada como uma serra granítica,
Voa num espaço feérico e incontido,
Alcança altitudes insanas
Como se um simples bater de asas
Transpusesse uma barreira e

Do outro lado
Acontecessem as coisas mais extravagantes,

Auspiciosas,
Assimétricas,
Porque livres,
Agitadas,
Porque aliciantes,

Envolvem-se
Numa época de suavidade,
Lenta,
Demorada,
Apreciada no pormenor,
Na singularidade,

O sol brilha e aquece o ar frio,
Liberta sons perfurantes mas
Ternos,
Abre novas dimensões até então escondidas
Em velhos e bolorentos armários,

Nessas linhas que se cruzam,
Mesclam-se
Um misterioso sorriso aquiesce,
Prevalece e
Vence!