sábado, 14 de janeiro de 2017

Serenidade

A serenidade adquire peso na idade,
Suportável, e até, bem-vinda,
Aquiesce na labareda da lareira,
Domina o tempo com um torpor quase mágico que
Se infiltra de forma insidiosa e insolente,

Um espaço tamanho abre-se para um lugar perdido na
Mente,
Outrora teria um significado real,
Hoje estagna na lentidão do pensamento,
Já nada pretendo,
Para além de ser eu mesmo,

Não quero lutas pelo poder,
Não quero discussões bizantinas,
Não tenho tempo, pois a fadiga instala-se rapidamente,
Para deambular em labirintos,
Não quero a agitação de correr atrás de lugares ou
Pessoas,

Não quero agressões nem divisões,
Não quero encontrar-me num lugar por outros determinado,
Não desejo fazer parte de uma rebelião,
Quero ser a totalidade da revolta,
Ainda que interior,

Não pretendo rever-me em D. Quixote ou no D. Sebastião,
Num qualquer herói de banda desenhada,
Numa esquina de rua,
Ou numa mesa de um incógnito café,
Quero ser só aquilo que sou,

Quero a tranquilidade de ser vivo, escutar e falar,
Rir, divertir-me,
Ler e
Vaguear pelos cinco sentidos,
Flanar pelo Universo tranquilo,
Conhecer novos mares e marés,
Quero o sossego de nascer e morrer,
Quero, de modo muito elementar, mas verídico,
Deitar-me em paz com o mundo e

Acordar sereno comigo e
Contigo.

domingo, 1 de janeiro de 2017

Dois mil e dezassete

Dois mil e dezassete,
Como todos os outros antes,
Começará como uma página branca que
Se irá preenchendo de História e histórias,
Umas quantas por nós mesmo rabiscadas,
Uma boa parte determinada pelos deuses da fortuna,
Assim se cumprirá mais uma viagem de circum-navegação
Pelo espaço sideral,
Assim se saberá para onde caminhámos,
Assim se passará do condicional para o
Presente!