quarta-feira, 26 de abril de 2017

Abril

Abril,
De vinte e cinco para
Vinte e seis,
O passar da liberdade para o
Êxtase,

Intuição imbricada
Em nós,
Transmutada em prazer,
Sem a parafernália do alquimista,
Nem a destreza do computador,
Vivificada pela equação do
Momento,
Libertada vezes sem conta,

Dois mil e dezassete,
Para lá da sageza das
Cartas divinatórias,
Muito além da construção
Quotidiana,
É uma
Dualidade singular e
Intemporal!

quarta-feira, 19 de abril de 2017

A força de um abraço

A força de um abraço
Angolano
Envolve-nos na sedosa sensação
De um espírito austral e
Leve,
Incumbe a natureza
De assaltar a profundidade das sensações,
Derrubar preconceitos,

Sublime na astúcia da brisa refrescante,
Num ambiente morno,
Imponente na sombra trepidante do
Imbondeiro,
Amplexo complexo que se espraia num
Mar azul profundo,

Viagem a um tempo estival,
Respirando na condensação de uma cerveja gelada,
Um sol inebriante,
Um gin tónico refletido no deambulante gotejar
Que percorre o copo de lés a lés,

Corpos, geralmente escuros,
Bronzeados por milénios de insolação
Inclemente,

Contraste,
Fortíssimo contraste social,
Chocante até!

Miscelâneas de sabores, odores e
Cores,
Natureza telúrica,
Ancestral,
Comovente no seu enigma,

Pôr-do-sol intenso,
Plasmado numa noite fluída
Num espaço meridional,
Leve,
Ritmado por conversas lentas
Amenizadas pelo tom abraseado do céu,

Diamante à espera de lapidação,
Trópicos sapientes,
De uma sabedoria remota e
Mágica,

Amizade efervescente,
Evanescente,
Libertada de amarras,
Acrisolada na
Totalidade da vida,

Um vigésimo oitavo quilómetro
Perdido e
Achado,
Presente convocado no passado
Casas, pessoas,
Uma savana perpétua e
Infinita,
Inóspita, e,
Ao mesmo tempo,
Amigável e
Convidativa,
Salutar,

Um mupinda respirar e
Amar,
Amboim, bar, terra, gentes e,
Em especial,
Coração!

Porto Amboim, 12 de abril de 2017
Matosinhos, 19 de abril de 2017

domingo, 2 de abril de 2017

Uma centelha de sol

Uma centelha de sol atravessa a
Monotonia da chuva
Silenciosa,

Liberta um totem
Iconoclástico,
Insinuam-se possibilidades
Inebriantes,
Perscruta-se o horizonte
Arredio,
Assinala um ignoto
Baldio,

Viaja por terras
Recônditas,
Debrua um rendilhado
Diletante,
Afunda-se num adjetivo
Barroco,

Distrai-se com uma novela
Vadia,
Aquiesce com um sentido interrogativo
Da vida,

Elabora mais um caminho
Serpentando por montanhas
Mágicas,
Entrelaçado entre o azimute
Divertido e
Leve,

A cognoscência, célere,
Intromete-se no pensamento
Vadio,
Sedado por um livro
Profundo e amistoso,
Em seu perfeito juízo
Estremece como que num aviso,

Com um ar de delicioso
Divertimento,
Recolhe os ensinamentos
E sorri

Animado com a vida!