quinta-feira, 11 de maio de 2017

Porto de abrigo

O azul cinza do céu expande-se,
Toca numa fronteira impenetrável,
Nuvens abraçando as montanhas
Telúricas
Num amplexo rude e imemorial,
Transcrito nos colossais blocos graníticos
Encastrados na superfície
Ondulante,

Paisagem verde, perdida no
Horizonte,
Povoada, de quando em vez,
Por melancólicos ruminantes
De imponentes hastes
Adejando levemente,
Parecendo comandados pela
Brisa que asperge as folhas das
Árvores,
Contrastando com a quietude da
Terra,

Casas pontilham a serrania brava,
Uma em particular,
Onde na cama estás deitada,
Ainda ontem trepidou de
Paixão incontida,
Hoje aquieta-se no doce
Ronronar da respiração adormecida,
O riso, vibrante, ecoa pelas
Vetustas paredes,
Reverberando a poesia dos diálogos,
Aquecidos pelo labor da lareira,

Evocação
Do nascimento de uma fusão,
Parturiente da vida,
Cresceu no cume das montanhas e
Nas solarengas praias do sul,

Espraiou-se,
Forte e segura,
Voou nos evos do tempo,
E aqui, como em qualquer
Outro lugar do mundo,
Reside o nosso
Porto de abrigo!