Fio de pensamento, Fio de maravilhas, alucinante
Em desvario ocasional provocado. Esta será
Uma forma de sobreviver, de cantar, de
Embalar prodígios, acrescer poções. Vibro de
Forma descompassada, vigio o voo das aves
Marítimas que sobrelevam o turbilhão das vagas,
Assinaladas com esteiras de espuma verde-prateada.
Na mão o copo vazio refracta as ondas luminosas,
Num turbilhão de cores interpenetradas criam
Bolas de cristal embaciadas de púrpuras substâncias.
Aprendi a escutar na profundidade, a ler na
Ressonância dos timbres. O som silencioso propaga-se
E origina instantâneos de espanto, brados que marinham até
Aos céus, espantam todo o Panteão sobressaltado com estes
Arremedos iconoclastas. O seu zénite foi abalado, perfurado
Pelas ondas sonoras silenciosas.
Aprendi a escrever nas páginas outrora virgens, na
Presença das letras que fundam as palavras que
Adejam para todos os lugares onde (espero) alimentem o
Espírito e se libertem da escravidão escuridão, Cresçam
Livres e autónomas.
Aprendi a ver ler os livros e alfarrábios manuscritos, onde
Impera uma razão, uma sequência lógica. A paz atinge o seu
Sossego pleno. Reconheço histórias escritas faladas, errantes,
Apocalípticas, vibrantes, apaixonadas, telúricas.
Verdadeiras fictícias todas reveladas.
Aprendi a ser deslocar-me de acordo com a vontade,
Para onde me guia a consciência presciência, ser
Independente de mim, procurar encontros desencontros.
Esclarecer dúvidas, estabelecer perguntas ou
Correlacionar teses com as suas antíteses.
Ambiciono abarcar compreender o infinito em toda a sua
Magnitude e multiplicidade de formas. Adicionar a
Vontade e a destreza, argumentar e sobretudo
Cativar a verdade liberdade.
As catedrais assumem luminosidades tântricas,
Esquecidas da obscuridade agigantam-se para os céus.
Os vitrais concebem colorações apoteóticas, crocitantes
Que se reproduzem nas paredes espelho, E progridem,
Alteram-se em mensagens afectuosas ainda que voláteis.
Aprendi a viver pensar no dia noite, na fadiga solidão,
Na multidão. Converteu-se num processo natural e
Contínuo, por vezes esquivo mas sempre presente.
Transporto aquilo que sou, como ser dialéctico
Conjecturo. Os augures, são auspiciosos outras não,
Sempre uma existência a alimentar, coabitar e até
Perseverar num processo de eterna aprendizagem.
Aprendi, reaprendi a amar como a respirar, como se o
Pensamento restitua uma maneira de estar, de existir
Perante o eu, tu e a Humanidade.
Nutro sonhos, quixotescos porventura, são sempre
O alimento que me alenta.
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