Da tua voz
Nasceu um chamamento
Que eclodiu na mente.
Um rio impetuoso flutuou
Na turbulência da plenitude
Que então desabrochou.
Esparsas mas concisas,
Gotas de néctar perfumado
Aliciaram o romance que
A poesia avalizou,
A música acarinhou,
O namoro idealizou.
Imaginário Éden
Onde o pecado era uma ausência,
Uma miragem longínqua.
Até que chegou a chuva da noite,
Abruptas as nuvens fluíram pelo céu,
A escuridão,
Sem guias nem estrelas,
Escondeu o norte.
O negrume esvaiu-se em fantasmas
Que paradoxalmente brilharam,
Ofuscaram,
Obliteraram o caminho.
E choveu,
Choveu toda a noite,
Como se num pungente
Acto de soturna alquimia
A tristeza se transmutasse
Em agreste pluviosidade.
1 comentário:
há tantas noites de chuva...se calhar é o que vale para curtirmos o sol da manhã seguinte e podermos pecar, mesmo num Éden imaginário. O èden é imaginário, a chuva acaba por passar, mas o pecado sabe bem e fica...fica
Abençoada Eva que nos ensinou isso, mesmo com tão alto preço!
(toda a vida disse que, se tivesse um jardim, a primeira árvore que plantaria seria uma macieira)
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