Na
superfície d’água abriu-se um escuro abismo. E
mergulhou
no remoinho da vida. Espaireceu e
fugiu. Fugiu uma vez mais.
Ficou calado. E
pensou.
De
tanto pensar, uma verdade perpassou, mas não
ficou,
abalou.
De
tanto andar ficou cansada. Descansou. De
descansar
rapidamente se fartou. Saltou, calcorreou.
Desenhou-se
no cartaz publicitário. Voou pelo éter
radiofónico.
Apareceu
no ecrã de televisão. De tanto aparecer, reapareceu.
Cintilou
no monitor do portátil. De tanto ser reconhecida,
envaideceu.
De
tanta vaidade pariu. De parir em parir, tornou-se
uma
progressão geométrica.
Assustou-se,
mas determinada continuou.
De
tanto se multiplicar, tornou-se numa praga.
Da
praga nasceu um deus.
Que
se ergueu na sua pose sáfara e gritou estridulante:
Aurea Mediocritas!!!
…Estava
criado o novo alter ego da
Humanidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário