Lágrimas

Lágrimas que brotam,

Transbordam de amargura,

Derramam mágoa e tristeza.

Lágrimas que trazem a certeza

Do trabalho cumprido.

Lágrimas que são pérolas de revolta,

São exórdio de sedição,

Prenúncio de rebelião!

O azul do céu no horizonte

O azul do céu no horizonte,

O brando murmúrio das ondas do mar,

O ciciar do vento no jardim de rosas

Perfuma o ar que nos rodeia,

A superfície da tua pele na minha,

Os lábios afogueados,

As mãos entrelaçadas,

O teu corpo levemente arqueado suspira,

E expande o universo,

Numa explosão cataclísmica!

Mulher

Mulher de muitas latitudes

E longitudes.

Mulher,

Do mar inquieto e tempestuoso,

Da lagoa quieta e serena.

Mulher,

Do mais profundo e gélido frio,

Do deserto mais quente e caloroso.

Mulher de lava rubra incandescente,

De beleza perene e intemporal,

Mulher do sim, do não e do talvez,

Mulher tímida e ousada, discreta e

Sensual,

Mulher rebelde, compreensiva,

Impulsiva e lógica.

Numa única,

Deslumbrante e enigmática palavra…

Mulher!

Por muito

Por muito que

Pense,

Por muito que

Tente,

Por muito que

Afugente.

Não consigo

Esquecer-te.

Perto…

Todos os momentos

Perto…

São tempos que

Se escoam com

Celeridade,

Mas plenos de

Felicidade!

A iniquidade deste tempo

A iniquidade deste tempo

Só é sobrepujada

Pela inépcia

De quem manda!

Cada um de nós

Cada um de nós,

Neste palco inacabado

E soturno,

É apenas um nó górdio,

Que urge desatar.

Ténue epigrama

Vultos imprecisos,

Ténue epigrama

De absoluto prazer,

Tentação tenaz,

Fruição efémera,

Algoritmo tântrico,

Explosão semântica.

Naquela noite

Naquela noite,

Naquele lugar,

Num indeterminado tempo,

Num comum e vulgar lugar,

Nasceu a sedução!