quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Take this Waltz, Leonard Cohen

Uma demanda de Ano Novo para os amigos

Percorre o teu caminho,
Encontra o teu porvir,
Determina a tua sorte,
Assume o acaso como algo
Passível de inebriar,
Lança os dados no altar
Da deusa Fortuna,
Decide, delibera,
Pensa, actua,
Fica no mesmo lugar,
Pula, dança,
Respira e ama,
Ri ou simplesmente sorri,
Ou não!
Como te aprouver,
Mas não te olvides de
Ser feliz…

A Amizade

A Amizade,
Como as coisas importantes da vida,
É incondicional,
É sempre!
Ponto de exclamação,
Parágrafo,
Ou não é!
Tão simples (ou complicado!) quanto isso. 

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Uma reflexão para um Novo Ano Novo

Um espaço,
Uma liberdade que se conquista
Na luta, a convicção de chegar e
Encontrar.
Abalroar o destino, transcender os
Nossos medos,
Evidenciar a passagem de um tempo,
Embora, por vezes, seja a
Ilusão de um momento.

Arquitectada a história
Adquire um certo peso,
Como que abrindo um propósito,
Um ritual desconexo,
Outro momento no pó da existência,
Mais uma noite desvanecida na
Madrugada.
Uma evidência que se
Vaporiza em cristais de gelo,
Ameniza em fios de água
Que desaparecem no
Interior da terra,
Calcinando a paisagem
Elevando filamentos de fumo azul,
Oprimem a sensibilidade,
Transformam-se em nada.

É o absurdo a
Engalanar-se de desconhecidos mas férreos atributos,
Tornar-se senhor da situação,
Quase uma omnipresença no
Reino dos paradoxos.
Um horizonte sem paisagem para admirar.
Talvez um “ghetto” onde prisioneiros
Não conseguimos ultrapassar os muros
Que laboriosamente erguemos e alteámos
Conscientemente. Fechámos as portas com estrondo.
A contradição é o nosso senso mais comum.

E no horizonte próximo surge mais
Um novo Ano Novo,
Mais uma época de reflexões e desejos,
Um processo descontinuado,
Mas sempre presente,
Uma decisão de não desejar,
Uma única certeza que de
Certezas vivemos, embora por vezes,
As certezas não sejam certezas. Mas que
Sejam convicções, e
As minhas são de que
Não diviso o futuro,
Não sei os caminhos a percorrer,
As encruzilhadas a hesitar,
As pontes a atravessar,
Os destinos a encontrar,
As belezas a apreciar,
Os desígnios a acontecer,
Uma possibilidade que pequena
Posso cumprir, talvez diligenciar,
Ou edificar em qualquer lugar
Do mundo,
Engendrar com engenho,
Um propósito, mais uma ambição,
Porventura o pressuposto que a
Liberdade de ser prevalecerá.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

No frio do Inverno

No frio do Inverno a graciosidade do teu sorriso
Ganha uma apetecível intensidade,
Uma perfeita harmonia com a chama
Que saltita alegremente na lareira,
Crepita num tom aprazível,
Invade o corpo com uma lassidão estonteante,
Um calor suave
Que pouco a pouco
A imaginação torna abrasador.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Amizade (para lá das palavras)

Pela verdadeira e profunda
Amizade que se volve
Uma riqueza, um diamante
Lapidado, uma emoção
A não olvidar.

Perfeito encontro

Um perfeito encontro de duas vidas
É uma testemunha
Solitária e solidária.
É um preço delicioso a resgatar na
Comunhão de pensar, quase uma
Percepção estranha mas querida,
Um amplexo de espíritos para lá
Das possíveis palavras.

Tom Waits

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Ainda agora

Ainda agora admirei a recordação,
Desta manhã,
Daquela paisagem onde a neve pousa
Suavemente com um ritmo
Sereno e singelo.
Onde a paz se estabelece naturalmente
E ganha o corpo de nós.
O silêncio canta um leve murmúrio
Que ondula as árvores suavemente e
Um sentimento de alegria amena
Acorda de mansinho.
E embora as horas tenham passado
Num ritmo tresloucado,
A nostalgia é imensa,
A urgência de voltar é premente.

Gerês, 16 de Dezembro de 2009

A sedução

A sedução nasce da vontade
De subverter todo o modo de estar,
De encontrar a serenidade
Dos corpos mas
O cerne deste tumulto,
O íntimo desta emoção,
É simplesmente unir paixões.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Acompanhado mas

Acompanhado mas
Intensamente só
Quando o amor se
Esquece.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Certeza e dúvida

A certeza de um sentimento
É uma dúvida instalada no espírito,
É uma névoa que se instala,
Um rumor desavindo,
Uma promessa enternecedora,
Palavras mal percebidas,
Um ruído ensurdecedor que
Não se escuta.
Um caminho começado mas
Nunca terminado.
Um desejo, um interesse,
Uma palavra que por vezes falta,
Um rumor crescente,
O querer e nem sempre querer,
A timidez que se assusta,
Procurar e não encontrar,
Tentar e não saber,
E no correr do tempo
É ficar na certeza da dúvida.

This Side of the Looking Glass, Peter Hammill

This is the Life, Amy Macdonald

Um instante

Esse teu olhar afectuoso
Pulsa docemente,
Incute fantasia,
Cintila com fulgor,
Professa promessas,
Calmo, doce e aprazível
Proporciona sossego e
Desassossego,
Num mesmo instante.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Reflexos

Estar convicto, Discernir entre o rumor e verdade,
Construir as suas conjecturas, Ancorar num qualquer lugar
Ao invés de vaguear, ao mesmo tempo assimilar
Todos os discursos mesmo os inaudíveis,
Numa ânsia de compreensão do Mundo,
Ouvir as projecções, Permanecer sereno,
Idealizar os acontecimentos, Libertar o conhecimento,
E principalmente alcançar a alforria
De si mesmo, São convicções intensas.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Como quiseres

Abraça-me com força,
Fala-me com doçura,
Olha-me com desejo,
Beija-me com ardor,
Toca-me com sentimento,
Pensa-me com brandura,
Ama-me como quiseres.

Perdido e encontrado

Sem avistar
Caminhos, norte
Ou estrela polar!
Sem bússola, mapas ou referências.
Numa paisagem hermética
E inalterável para qualquer lugar
Para onde olhar.
Sem presságios a augurar ou
Videntes a consultar.
Sem guia ou propósito.
É sentir-se perdido
Neste percurso da
Existência.

Perdido... e encontrado na
Ternura do teu sorriso,
Perdido... e encontrado na
Na firmeza do teu enleio,
Perdido... e encontrado na
Magnificência da tua afeição,
Perdido... e encontrado…

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

De onde viemos? Quem somos? Para onde vamos?


De onde viemos? Quem somos? Para onde vamos?
Paul Gauguin, 1897

De onde viemos?

Do nada, escondido
No mais denso mistério
Sem presciência,
Escuro e gélido.
Num infinitesimal momento inicia-se
Este percurso, no centro
De uma abrasadora implosão
Seguida de uma incompreensível
Inflação.
Nasce o Universo,
Cresce… e surge a Terra.
Lentamente desenha-se a
Evolução que aleatória
Nos conduz, na sua improbabilidade,
Para este presente.

Quem somos?

Seres vivos formados por átomos que
Um dia brilharam numa qualquer estrela
E desaguaram neste mundo.
Multiplicámo-nos e
Desenvolvemos a capacidade de pensar,
Escrever, filosofar.
Exprimimos os sentimentos,
Rir, chorar,
Amar, odiar,
Matar, salvar,
Algumas das dicotomias
Que singularizam aquilo que somos.
Imperfeitos na imperfeição
Da nossa vida, ironicamente,
Quantas vezes idealizada
Na busca da perfeição.
Complicamos o simples
Vivemos sitiados pelos Deuses,
Ordenam-nos o quê, de que maneira e
Quando o fazer!
Escrevemos ordenamentos de moral
Que regem os nossos actos,
Não segundo a nossa vontade
Mas ao arbítrio daqueles que
Por nós pensaram.
Assim somos,
Quantas vezes sem consciência
Daquilo que realmente queremos,
Do que é deveras importante.
Assim somos nós!

Para onde vamos?

Nesta vastidão do Cosmo os problemas
Humanos parecem fúteis,
Por muitos deuses, convenções morais e
Leis que existam ou venham a persistir,
Inexoravelmente o Universo dilata-se
E nos evos dos tempos
Todas as partículas se desagregarão,
Num fluido,
Sem luz, som ou movimento.
Espera-nos o vazio,
O zero absoluto,
A quietude extrema,
O tempo sem tempo infinito,
A paz perfeita,
Verdadeiramente o
Fim.
Mas só então!
Porque até aí só existem
(Re)Começos.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A mais perfeita das razões

Algum dia,
Em alguma parte,
Num preciso instante,
No mais árido dos desertos
Nascerá uma flor
Que sobreviverá,
Crescerá com as suas pétalas
Ornadas de tons rosa,
Será um hino ao afecto.

Num fugidio momento,
Na mais frondosa das florestas tropicais
Voará pelos ares a mais
Primorosa das aves,
Refulgindo ao sol
Enfunando as penas multicoloridas,
Será um canto de ternura.

Numa determinada e
Urgente ocasião,
Na mais bonita das cidades,
Germinará algures entre dois
Fadados seres,
A mais perfeita das razões,
O amor…

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Um desejo

Amar é
Ter vontade de o proclamar bem alto!
Em qualquer lugar onde
O eco reverbere por todo o corpo,
Seja escutado por toda a Humanidade e
Alcance o seu mais intenso,
Profundo e duradoiro significado.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Alma

Quem disserta sobre a tua beleza
Certamente
Não conhece a tua alma,
Cuja formosura deixa quedo e
Silenciado de espanto até
O mais distinto poeta.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Sentir...

Sentir o aprazível toque do teu corpo catalisa
Reacções incontidas, anseios inimagináveis.
É um afago para a alma,
Aconchega o espírito,
Abarca tudo o que se sente,
Desperta amor incondicional.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009