terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Harmonia

Sou teu,
És minha,
No que um ser humano pode pertencer a outro,
Assim o decidiram os deuses do amor,
Assim o desejamos nós,
Assim é que o tempo decorre em
Harmonia.

sábado, 19 de novembro de 2016

No passar do tempo

No passar do tempo o teu rosto 
Adquire a patine da sabedoria, 
A ligeireza do pensamento, 
A beleza da divindade,
O estremecer dos dias compõe uma música silenciosa
Mas audível 
Que se expande e nos cobre com o seu manto protetor, 
Invade nos um desejo urgente de viver,
Incomoda nos um lugar que queremos longínquo,
Os lábios adoram a existência,
As línguas exploram novos sentidos,
As mãos entrelaçam se, 
O verbo realiza se,
Os pensamentos, que por vezes se amotinam, 
Comungam da certeza que emana 
Dos olhares que se percebem, entendem se e
Fundem-se.


domingo, 6 de novembro de 2016

O supremo sabor da vida

Pequena, grande,
Ousada, divertida,
Sonolenta,
Efervescente,
Tímida,
Na luz do sol, da lua
Ou na ausência de espaço,
Na dimensão grandiloquente do Cosmos,
Em qualquer lado ou lugar, sempre assumida,
A existência a teu lado,
Tem o supremo sabor da

Vida!

Carpe Diem

Um espaço,
Um laço,
Um quotidiano que se entrança,
Um pedido,
Uma dificuldade,
Um oceano refrescante,
Uma música suave,
Uma delícia degustada ao sabor do momento,
Uma troca de saberes,
Um olhar perdido,
Uma pesquisa,
Uma aresta escondida na floresta,
Um prelúdio de viagem,
Uma paisagem ensimesmada no porvir,
Um recado numa folha de papel rasgada,
Uma notícia trespassada na Humanidade,
Um canto,
Um bocejo no escuro,
Um riso,
Um terramoto encravado na piedade divina,
Um mar engolido pelo sofrimento,
Uma esperança,
Um ribeiro de águas cristalinas,
Uma sintonia,
Uma lágrima acerada cai, estupefacta, pela face,
Uma brincadeira de criança,
Um refúgio seguro,
Uma tempestade no céu escuro,
Um raio de sol no firmamento,
Uma vida,
Um segundo,
Agarra-o,
Sente-o,
Aproveita-o
Goza-o!

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Aventura

Falaste-me,
Falei-te,
Tocaste-me,
Toquei-te,
Riste-te,
Ri-me…
Partimos rumo à
Aventura.

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Por vezes

Por vezes
A inabilidade,
Habilidade do escrivão,
O aparente inesgotável significado
Das palavras,
As quase infinitas combinações do alfabeto,
Os dicionário do planeta,
A riqueza da filosofia,
A transversal uberdade da semiótica,

Não
Conseguem exprimir,

Com inteira clareza,
Com a fragrância devida,
Com a opulência necessária,
Com a simplicidade libertadora,


O que por ti sinto.

domingo, 9 de outubro de 2016

Utopia

Utopia, this is my utopia
Alanis Morissette

Aqui, meu único propósito é relatar o que Rafael
nos contou a respeito dos costumes e instituições da ilha de Utopia.
Utopia, Thomas More

A minha utopia nasceu num dia ensolarado,
Faz muito tempo,
Numa época de juventude e
Crença que o
Mundo era passível de renovação,

Mas já não consegue
Abarcar,
Na sua plenitude,
O planeta que Terra tem por nome,

Imbuiu-se de modéstia,
Instruiu-se de realidade,
Inculcou-se de pragmatismo,

Derramou-se nas guerras,
Frias, religiosas ou anónimas,
Que por aí pululam,
Assombrou-se nos atentados, emboscadas,
Nos drones que dos céus catapultam fogo e sangue,
Nos tanques de guerra a destruírem casas, bairros inteiros,
Nos cintos que explodem,
Na amargura,
Na fome de muitos seres humanos,

Nos discursos que apregoam a superioridade de
Uns sobre os outros,
Incitam à raiva e incompreensão,
Apregoam o fanatismo,
Nas óbvias falácias de alguns líderes,

Perdeu-se no azimute inesgotável da incompetência,
Terraplanou-se na construção dos muros que enclausuram
Povos inteiros,
Adensou-se no nevoeiro da ignorância,

Esmoreceu na iniquidade da sociedade humana,
Diluiu-se numa praia da Ásia Menor
Onde morre uma criança abandonada pelas ondas do mar,
Naufragou em todos os barcos que
No Mediterrâneo se afundaram,
E no presente continuam a soçobrar,
Apesar do esquecimento dos media alimentar
O vazio da nossa consciência,

Esgotou-se em cada um dos milhões de refugiados
Que no Velho Continente buscam salvação,
Um porto de abrigo,
Quiçá um contubérnio cristão,
Mas apenas encontram arame farpado,
Medo, insipiência,
Racismo e
Incompreensão,

E, no entanto,
De modo surpreendente, até para mim,

A minha utopia
Aliviou-se na solidariedade que
Ainda existe,
Amparou-se nas histórias de coragem,
Relevou-se na amizade
Recompôs-se no amor,
Ainda sobrevive na
Esperança!

sábado, 1 de outubro de 2016

A vontade,
O desejo, a alegria
De contigo a
Vida partilhar!

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Na açoteia

Dá-me a tua mão,
Escuta-me, Escuta-te,
Absorve todo o caminho que transpira,
Deita-te na açoteia no estio da noite,
Eleva o teu corpo para o desejo,
Ruge no encantamento,
Testemunha as estrelas videntes no céu escuro,
Dialoga na dialética, nem que seja, inconsistente,
Entusiasma-te com as divindades noturnas,
Encontra-te, Encontra-me,
Liberta-te, Liberta-me!

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Felicidade é

Felicidade é
Um momento entre
Momentos,
Uma pergunta para a qual se encontrou resposta,
Uma dúvida que se adensa mas não incomoda,
Pelo contrário,
Persevera-se na busca,
Uma amizade que se bebe e
Saboreia,
Uma rotação da terra plasmada no pôr-do-sol
Uma corrida na areia,
Um banho no mar,
Descansar porque se quer,
Felicidade é
Rir,
Simplesmente sorrir,
É partir, estar e
Ficar,
É olhar e
Amar,
É a liberdade conquistada,
É a verdade tornada
Realidade!

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Cativa

No Algarve,
Cativa, povoação sonolenta e ermada,
Cativa pela liberdade que explana,
Pelos planos que concebe,
Pela perspicácia que demonstra,
Pela poesia que derrama,
Pelo sentido ético,
E, que mais não fosse,
Pela união que fortalece!

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Sol

Sol,
Onde o mar se espraia,
Sal,
Onde o sol se acolhe,
Liberdade,
Onde a paz se estabelece,
Amor,
Onde o encontro se afirma
E a serenidade triunfa!

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Pétalas coloridas (Um retrato)

Pétalas coloridas de cores quentes e arrebatadas
Esvoaçando no vento cálido,
Um alento,
Lembra o anoitecer amanhecer deslumbrante
Longínquo,
De paisagens esquecidas no tempo,
Da essência benéfica do ser,
Derrama sensualidade incontida,
Dissemina gargalhadas vibrantes que
Dispersam pelo ar jovialidade e bonomia,
Destino,
Destina,
Convoca uma confluência de emoções,
Delibera,
Reúne sensações determinadas,
Liberta ansiedades e liberdades,
Esmiuça pensamentos,
Emerge em constatações psicológicas,
Afiança sortilégios mágicos,
Saliniza as ínfimas moléculas constituintes do espaço etéreo,
Ridiculariza o interdito,
Assume o dia como bendito,
A noite a essência de conviver,
A amizade como primordial
E vital,
Namora o amor,
E vive,
Porque viver é trazer solicitude e
Amplitude ao verbo nascer,
Na emergência da sua dialética,
Pacifica a vida e,
No mesmo instante,
Intensifica a existência!

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Dualidade

Amar
Como subir uma montanha agreste,
Abarcar altitudes estonteantes,
Dividir as reflexões,
Intuir as necessidade do outro,
Absorver as tramas do presente,
Escutar os sons matriciais das vozes que nos
Reportam as singularidades do pensamento,
Por vezes inequívocas
Outras
Perdidas no dédalo da irrelevante cogitação,
Olhar,
Rir, chorar, ler,
Ver,
Esperar, divertir, planear,
Cativar,

Alimentar,
Mas em especial,
Coabitar
A dualidade.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Para ti

Para ti
Que escutas a minha voz,
Ouves o meu silêncio,
Espantas o nevoeiro que por vezes se insinua,
Desterras a indiferença,
Aproximas o entendimento,
Concilias a controvérsia,
Apaziguas o diálogo,
Encurtas as lonjuras,
Harmonizas a alma,
E,
Na prossecução da vida,
Unificas o amor!

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Realidade

Eclodem decisões
Aparentemente saídas do nada,
Atravessam a vida e
Revelam-se como oportunidades que
Enternecem a realidade!

quarta-feira, 22 de junho de 2016

A vida

Encontrar o azimute espelhado na superfície do mar,
Levantar o olhar e perseguir a agulha magnética,
Devolver a dúvida,
Conjugá-la com a pretensão de solidificar a importância da vida,
Racionalizar o tempo estacionado na incongruência,
Devolver o sorriso transformado em gargalhada inebriante,
Delinear os lábios voluptuosos,
Volver os sentidos numa serenata perene da existência
Mesclada por intensos momentos de paixão,
Brindada por uma constante emoção,
Tal é o sentido da existência!

domingo, 12 de junho de 2016

Vento que acaricia o tempo

Vento que acaricia o tempo, Distancia-se
Entre dois momentos,
Instala um legado de imponderabilidade,
Flutua num mar sobrenatural
Sob a ação de um qualquer campo gravitacional,
Um âmbito desconhecido pela física contemporânea
Mas circunscreve-se nas ações humanas,
Mesmo quotidianas,
Embebe-se numa tisana entretecida pela vida,
Oscila levemente num equilíbrio persistente,
Arde, Delira,
Transpira, Insinua-se,
Adormece, Sonha,
Persiste num regozijo
Primordial,
Abrasa e aconchega,
Alimenta-se do pequeno nada,
Medra nas atitudes,
Triunfa nos gestos,
Embeleza-se no olhar,
Acorda no alvorecer de um qualquer dia e
Resiste!

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Respiramos na profundidade do ar (a amizade que o tempo e o afastamento não diluiu)

Respiramos na profundidade do ar,
Intimamente,
Numa atmosfera de átomos liquefeitos em conversas
Entrecruzadas,
Balbuciar de memórias
Perdidas e
Achadas,
Libertadas
Numa noite dilatada na madrugada,

Enlevam-se momentos díspares e
Tonitruantes,
Abatem-se sobre os pensamentos fátuos,
Sempre efémeros
Mas inequivocamente
Sólidos e permanentes,
Constroem pontes que transpõem precipícios latitudinários,

Absorvem os ausentes,
Sempre presentes,
Assumem o condicional,
Demoram-se no presente,
Escavam o futuro,
Diluem-se,
Encorpam-se,

As pessoas
Permanecem sólidas e
Entusiásticas,
Divertem-se
Na liberdade de fruir e
Construir,

Celebram vidas,
A vida,
Os muitos renascimentos,
Incrustam-se em momentos,
Ataviam-se de afetos,
Lobrigam sentimentos,

Entreajudam-se,
Altercam,
Discordam, Concordam,
Engajam-se,

Crescem!

sexta-feira, 20 de maio de 2016

O calor

O calor
Inspira sensações na epiderme,
Transpira poesia
Nas ondas que se fragmentam
Na fímbria da areia,
Deslizam numa alva espuma
Entretecida
Na azáfama do oceano,
No corrupio constante do mar
Rompendo o frenesim do quotidiano
Numa espécie de quebranto,
Lúcido
Mas também adormecido
No bem-estar de ficar
E sentir.

terça-feira, 17 de maio de 2016

A tempestade no mar

A tempestade no mar
Ocasiona um incidente
Na amenidade do tempo,

Chuva, sol,
O nevoeiro derrama-se no horizonte,
A verve insinua-se numa fantasia colorida,
Desencadeia uma sucessão de eventos,
Atenuam-se os ventos,

Escreve-se,
Atreve-se,
Bamboleia-se na aresta da música
Como se, de repente,

A física regredisse a uma época
Existencial,
Providencialmente utópica,
Onde os seres humanos eram solidários.

Uma tempestade no mar
Arrasta brisas hercúleas contrabalançadas
Na estrutura delicada e
Humanizada da vida,
Transforma-se em impulso metamórfico
Num afã benfazejo e sedutor de
Liberdade,

Senão completamente conseguida,
Pelo menos mergulhada
Na esperança da alcançar
A alforria de nascer.

Tempestade no mar,
Bonança em terra!

terça-feira, 26 de abril de 2016

Um abraço dialético

Um singelo abraço,
Profundo,
Complexo,
Eclético,
Ao mesmo tempo
Simples,
Efervescente,
Naturalmente sereno,
Seguramente
Rendilhado de emoções,
Transparente,
Lento,
Certamente
Embebido no quotidiano
Dialético!

sexta-feira, 22 de abril de 2016

O tempo

O tempo entrelaça-se,
Olvida a insegurança de viver,
A perfeição dos afetos
Engaja-se na inclemência da essência,
Comungam, fraternizam
E coabitam,
Irmanam-se em desejo, leveza,
Transparecem na solicitude do ser,
O azul é a cor que oblitera
A tristeza,
Porque a conjugação do verbo
Explana-se numa assunção,
Simplesmente existe e
A beleza questionável da vida transforma-se
Em semente irradiante.

sábado, 16 de abril de 2016

Um gesto

Um gesto,
Uma voz que se implementa
E se inscreve num ruído incerto,

Ao certo estremece,
Emudece,
Reaparece num ápice,

Liberta,
Abraça num espaço incluso,
Absorve com sabor,
Ardor,

Ingreme mas plausível,
Apetecível.
E acorda num estremecer sensual,
Esquece o tempo que decorre,

No amplexo intenso e
Complexo
Que se mescla num perfume exótico,
Ínclito intérprete da imensidão desconhecida
Descoberta numa vasta e
Ousada
Conexão
Intemporal da
Vida.

sábado, 9 de abril de 2016

Encantamento

Se o tempo aguardasse pelo sorriso,
Esperaria ansiosamente em todas as estações do ano
Pela certeza de capturar o olhar
Num ebúrneo pensamento que
Espelhasse toda a fortuna
De alcançar sereno movimento estabelecido
Entre a antevisão e o próprio momento de
Acariciar as emoções,
Num leve, mas deslumbrante
Encantamento.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Diáspora da vida

No espaço longilíneo,
Onde se entrelaça a diáspora da vida,
Esquecimento intempestivo,
Uma descoberta imprevisível,
Uma probabilidade longínqua,
Um jogo onde a sorte premeia a argúcia de usufruir,
Pundonor seletivo que se mistura numa emulsão bioativa,
Acrescenta um surpreendente paladar ao verbo viver,
Conjuga-se em todas as línguas vivas, mortas ou moribundas,
Embala o pensamento mais incógnito,
Demora-se em olhares lânguidos, por vezes serenos,
Outras vezes intempestivos,
Negoceia, cede, discute, intercede,
Mas sempre coexiste na concordância,
Ri, sorri,
Livre, sempre espontâneo,
Interrupto na sua magnitude,
Dá sabor e fervor
À incerteza de viver!

sexta-feira, 25 de março de 2016

Um dia frio e cinzento

Um dia frio e
Cinzento
Um dia em que se embota o pensamento,
Um dia em que se cresce e
Se deambula no argumento,
Um dia em que apetece ser,
Porventura ler,
Ter uma aventura no mar escuro,
Ouvir o canto ritmado das gaivotas,
Estremecer,
Sentir o ritmo da vida,
Desvendar o encurtar deste mundo em guerra,
Escutar os suspiros dos que das guerras e pobreza
Fogem,
Tentar compreender o egoísmo dos que asilo lhes negam,
Neste dia frio e
Cinzento,
Procurar entender o enigma desta humanidade,
Saber o rumo desta órbita incandescente,
Ousar ver,
Aquiescer com o porvir,
E ainda indagar sobre a consciência,
Querer saber da moral e da
Ética,
Neste dia frio e
Cinzento,
Olhar para a palma da mão
E, calmamente,
Aguardar pela chuva.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Um voo planado na fronteira da quimera

Um voo planado na fronteira da quimera,
Em absoluto inefável,
Indelével,
Uma visão iconoclasta enraíza-se na subversão
Da mente,
Submete-se a um escrutínio total,
Subleva-se na liberdade do quotidiano,

Suavemente o altímetro calibra a pressão atmosférica,
Arreiga-se num projeto, numa
Sinceridade,
Ficcionada ou real,
Alimenta-se de vocábulos dispersos,
Na perfeição da paisagem que se
Estende por uma infinidade de pontos de vista,
Iliba os réus incógnitos,

O panorama cobre-se de cores versáteis,
Arredonda os picos alcantilados,
Namora as montanhas e as planícies,
Norteia o rio para o mar,
Volteia num afã agreste,
Quase lítico,
Numa versão autónoma da realidade que se

Transcende,
Roça o surreal da vida numa
Versão dionisíaca,

Esvaece num tempo ideal,
Adormece num emolumento onírico,
Prospera
Porque sabe que o encontro
Está para lá da ilusão
E tem uma vida autónoma
Imersa na autenticidade.

sábado, 5 de março de 2016

O calor do corpo

O calor do corpo
Envolve-se numa sensação de euforia,
Num espaço intermitente,
Entre o momento que se descobre
E o que se esconde,
Num movimento quase perpétuo,
Quase perfeito,
Embriaga como vinho perfumado
Que extravasa no copo,
E borbulha,
Como geiser esfuziante,
Entusiasma,
Persevera na ideia de verdade,
Coalesce em liberdade,
Cresce em sinceridade!

sexta-feira, 4 de março de 2016

Noite

No frio da noite escura
Não existe desalento
Nem tristeza,
Nem tão pouco amargura
Ou desencanto,

Há um olhar penetrante,
Uma mão segura,
Um riso contagiante,
Um abraço afetuoso,
Um toque vibrante
Um namoro incandescente!

terça-feira, 1 de março de 2016

Revejo o sonho na palma dessa mão

Revejo o sonho na palma dessa mão,
Suave como uma colina florida,
Alcantilada como uma serra granítica,
Voa num espaço feérico e incontido,
Alcança altitudes insanas
Como se um simples bater de asas
Transpusesse uma barreira e

Do outro lado
Acontecessem as coisas mais extravagantes,

Auspiciosas,
Assimétricas,
Porque livres,
Agitadas,
Porque aliciantes,

Envolvem-se
Numa época de suavidade,
Lenta,
Demorada,
Apreciada no pormenor,
Na singularidade,

O sol brilha e aquece o ar frio,
Liberta sons perfurantes mas
Ternos,
Abre novas dimensões até então escondidas
Em velhos e bolorentos armários,

Nessas linhas que se cruzam,
Mesclam-se
Um misterioso sorriso aquiesce,
Prevalece e
Vence!

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Encontro palavras

Encontro palavras que se passeiam pelos caminhos
À beira-mar sediados,
Pessoas burilam frases intuídas na brisa que brota
Do oceano glacial,
As ondas espraiam-se num movimento helicoidal
Alcançam os passos apressados que deslocam
Indivíduos entre dois pontos indefinidos,
Uma força desconhecida germina
Nos braços incrédulos de uma mulher e,
Imbuído de uma saudade eclética,
Emigra para um novo corpo,
Onde renasce num esplendoroso gineceu,
Faísca numa composição óbvia
Onde dois seres se liquefazem
E se miscigenam. 

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

O vento, a chuva,

O vento, a chuva,
O tempo cinzento,
Desabrocham no enlevo da palavra,
Apenas se olvidam no calor do corpo,
Desejam desejos íngremes,
Descem ravinas alcantiladas,
Sustem a incongruência do pensamento,
Estremecem na amplitude insolvente
Do momento,
Assumem a liberdade de viver,
Emancipam-se na condescendência
De nascer,
Vivem no entardecer da noite,
Recriam-se na diversão do dia,
Dormem na candura dos sonhos,
Enlaçam a ternura que floresce
Nas pétalas dos teus abraços.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Sentido da vida

Idealizava sem conhecer,
Imaginava sem saber,
Assumia sem ousar interiorizar,
Desejava sem assimilar,
Percebia sem cogitar,
Intuía sem racionalizar,

Afasta o vazio que,
Por vezes, preenche o intervalo
De um desejo,
Constrói,
Entre o espaço que separa
Dois seres,
Um cordão umbilical
Que unifica o sentido da vida.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Vejo-te

Vejo-te
E
A vida acelera num movimento rodopiante,
Anestésico,
Alitera a realidade,
Delira numa ignição incontrolável,
Sobrevoa o mundo num ápice trepidante,
Como se as asas existissem na memória,
Concebessem os pensamentos
Num espaço leve e confortável
Habitassem numa dimensão indelével
E improvável mas
Agradável da
Consciência de existir
E
Verbalizassem a perceção
Do inconsciente.