terça-feira, 14 de abril de 2020

Abril de 2020, tempos de covid-19 (para memória futura)


Um dia a mais
Cá dentro,
Um evento irreal,
Uma conversa, um tal de
Teletrabalho,
Um encontro, desencontro no
Google Meet,

As notícias que irrompem
Cá dentro,
Na televisão,
Na internet,
Nas redes sociais,
Os números que crescem,
A dependência da parábola geométrica
Que todos os dias nos invade ao almoço,

Cá dentro reúne o consenso de
Um tempo tenso,
Mas reina a unidade de uma unidade
Perante a batalha,

No norte da Europa os velhos são mesmo velhos,
Morrem porque a sua morte é útil à sociedade,
Desculpem,
Não consigo subscrever este ponto de vista,
Onde solidariedade é um sentimento inexistente,
Onde a União Europeia é uma guerra de economias,
Apenas serve para criar um mercado para as empresas prosperarem,
Onde os negócios são a essência da
Existência,
Onde os direitos da cidadania foram substituídos
Pelos direitos do consumidor,

Não, não me revejo nesta União Europeia,
E, perdoem-me a soberba, mas penso que os
Nossos pais fundadores também não aprovariam

Que alegria ser do dito sul, para mim é mais oeste, da
Europa,
Mais humanismo, mais alegria de estar vivo,
Mais pertença da Humanidade,
Mais vontade de ser,

E para todos os arautos da desgraça,
Aqui reside um motivo de orgulho,
De caber num país,
Sem qualquer sentimento nacionalista
Que o nacionalismo é coisa perversa,
E, reza a História, nada de bom traz,

Por tudo isto, com muitas tropelias,
Alguns a fugirem à quarentena,
Outros a não respeitarem os preceitos de segurança,
Mas comparado com outras latitudes,
Neste tempo de covid-19,
Cabe-me o prazer
De me sentir português!!!