Vontades, entre sorrisos. Tecer uma decisão. Escolher entre
dúvidas.
Um caminho, entre brumas.
A tempestade de neve espairece os pensamentos. Escolhe
momentos, estrugidos em fogo lento. Acrimónia no paladar.
Veludo no tacto. Míope ao olhar.
Sensaborão em termos acústicos. Mas sempre
presente quando dela precisamos.
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Utopia
Sonho este planeta, talvez numa dimensão paralela, que a física quântica torna uma possível realidade.
De uma cor azul marítimo, visto ao longe, uma bola a pernoitar no espaço, entre matéria negra misteriosa.
Sonho um planeta muito parecido e ao mesmo tempo diferente.
É habitado por seres que de humanos como nós, de humano só tem o nome.
Porque tendo cabeça, tronco e membros, são constituídos por uma matéria a que se chama ética.
E logo essa ética lhes dá um valor inumano, que transcende a própria humanidade.
Gostava de viver nesse planeta que na falta de um nome traduzível em qualquer língua planetária, lhe poderíamos chamar utopia.
A tecnologia desenvolveu-se numa direcção perplexa.
Se não existem telemóveis nem televisão, existem livros, computadores, e energias renováveis.
Neste mundo paralelo não existem algumas palavras do nosso quotidiano, como guerra, fome, injustiça, egoísmo, capitalismo, socialismo, como se pode ver não existem muitos “ismos”, talvez altruísmo seja mesmo a única excepção.
Não há governos nem sequer governados, a anarquia não é apóstata, mas sim uma das poucas regras que existem, mas nem sequer escrita está.
A perfeição é uma busca pessoal, calma e desinteressada, mas a mediocridade, não sendo proscrita, não é acarinhada nem bajulada.
É um mundo colorido onde a felicidade não é embrutecida.
De uma cor azul marítimo, visto ao longe, uma bola a pernoitar no espaço, entre matéria negra misteriosa.
Sonho um planeta muito parecido e ao mesmo tempo diferente.
É habitado por seres que de humanos como nós, de humano só tem o nome.
Porque tendo cabeça, tronco e membros, são constituídos por uma matéria a que se chama ética.
E logo essa ética lhes dá um valor inumano, que transcende a própria humanidade.
Gostava de viver nesse planeta que na falta de um nome traduzível em qualquer língua planetária, lhe poderíamos chamar utopia.
A tecnologia desenvolveu-se numa direcção perplexa.
Se não existem telemóveis nem televisão, existem livros, computadores, e energias renováveis.
Neste mundo paralelo não existem algumas palavras do nosso quotidiano, como guerra, fome, injustiça, egoísmo, capitalismo, socialismo, como se pode ver não existem muitos “ismos”, talvez altruísmo seja mesmo a única excepção.
Não há governos nem sequer governados, a anarquia não é apóstata, mas sim uma das poucas regras que existem, mas nem sequer escrita está.
A perfeição é uma busca pessoal, calma e desinteressada, mas a mediocridade, não sendo proscrita, não é acarinhada nem bajulada.
É um mundo colorido onde a felicidade não é embrutecida.
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
A minha aldeia (Levada, Cibões)
Entre o espaço barroco desta civilização
insinua-se um pensamento que transporta
esta mente para longe deste escritório. Ouvem-se
sons espalhados pela natureza, estou longe, mesmo muito
longe. Vejo o cheiro húmido desta terra. Ouço
estes penedios milenares a cresceram, num tom abafado e
telúrico. Sinto as raízes fundas destas árvores que se agarram
persistentemente ao solo bravio e selvagem. Sinto escuto aprecio
o silêncio que envolve esta terra numa bolha temporal protectora onde
os mecanismos electrónicos, altar ego da nossa urbanidade, não
fazem a mínima falta.
Encontro a serenidade, mesmo quando abalada.
Encontro o estatuto de cidadão do mundo.
Nesta aldeia, descoberta aos cinquenta anos, encontro
Uma necessidade de estar.
insinua-se um pensamento que transporta
esta mente para longe deste escritório. Ouvem-se
sons espalhados pela natureza, estou longe, mesmo muito
longe. Vejo o cheiro húmido desta terra. Ouço
estes penedios milenares a cresceram, num tom abafado e
telúrico. Sinto as raízes fundas destas árvores que se agarram
persistentemente ao solo bravio e selvagem. Sinto escuto aprecio
o silêncio que envolve esta terra numa bolha temporal protectora onde
os mecanismos electrónicos, altar ego da nossa urbanidade, não
fazem a mínima falta.
Encontro a serenidade, mesmo quando abalada.
Encontro o estatuto de cidadão do mundo.
Nesta aldeia, descoberta aos cinquenta anos, encontro
Uma necessidade de estar.
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Reflexão sobre o actual momento na educação
Como professor, sinto que chegou o momento de evidenciar por escrito a minha posição sobre o actual momento, conturbado, da educação em Portugal.
A Avaliação do Desempenho Docente levantou uma vaga de contestação, penso que sem paralelo na história recente. É de saudar uma tão grande contestação da classe a uma avaliação que é perversa, injusta, confusa e inexequível em termos práticos.
No entanto e como brilhantemente afirmou, um professor da minha escola, em reunião geral de professores, “a avaliação dos professores não é a cereja no cimo do bolo, mas a mosca no topo do poio”, reflecte na perfeição o meu sentir. A avaliação é apenas um culminar, para já, de um ataque sistemático, não só à classe docente, isso seria o menos, mas ao ensino público em Portugal, com a publicação do novo Estatuto da Carreira Docente, a divisão em Titulares e Não Titulares, o novo Estatuto do Aluno, corrigido segundo acabei de ouvir no noticiário, o facilitismo nos Exames Nacionais e as pressões indirectas para promover um sucesso escolar, mas pouco preocupado com os meios e como tal será realizado, as verbas disponibilizadas para o sector pelo Orçamento de Estado, etc..
Por tudo isto, parece-me redutor, a actual luta dos docentes. Se matarmos a “mosca”, o "poio" não irá atrair outras? Se eventualmente a avaliação for modificada vamos regressar às escolas e tudo passará a estar bem?
A meu ver o mal é mais profundo e acabar com esta avaliação será apenas como administrar um placebo ao doente, certamente terá efeitos, se o paciente acreditar no remédio, existirá um alívio no imediato, mas o mal vai continuar no médio e longo prazo.
Estou disponível para a luta, mas não estou com ela de alma e coração, só o estaria se os meus colegas pretendessem atacar o mal de fundo que enferma a nossa educação e esta luta não tivesse como horizonte a Avaliação do Desempenho Docente.
PS: Não cabe nesta reflexão crítica abordar o papel desempenhados pelos sindicatos, no entanto gostaria de referir que terminei uma ligação sindical, que tinha mais de 26 anos, porque penso que a ética é um valor fundamental e as diversas organizações sindicais ultrapassaram os meus limites mínimos no que concerne a esses valores morais e comportamentais.
A Avaliação do Desempenho Docente levantou uma vaga de contestação, penso que sem paralelo na história recente. É de saudar uma tão grande contestação da classe a uma avaliação que é perversa, injusta, confusa e inexequível em termos práticos.
No entanto e como brilhantemente afirmou, um professor da minha escola, em reunião geral de professores, “a avaliação dos professores não é a cereja no cimo do bolo, mas a mosca no topo do poio”, reflecte na perfeição o meu sentir. A avaliação é apenas um culminar, para já, de um ataque sistemático, não só à classe docente, isso seria o menos, mas ao ensino público em Portugal, com a publicação do novo Estatuto da Carreira Docente, a divisão em Titulares e Não Titulares, o novo Estatuto do Aluno, corrigido segundo acabei de ouvir no noticiário, o facilitismo nos Exames Nacionais e as pressões indirectas para promover um sucesso escolar, mas pouco preocupado com os meios e como tal será realizado, as verbas disponibilizadas para o sector pelo Orçamento de Estado, etc..
Por tudo isto, parece-me redutor, a actual luta dos docentes. Se matarmos a “mosca”, o "poio" não irá atrair outras? Se eventualmente a avaliação for modificada vamos regressar às escolas e tudo passará a estar bem?
A meu ver o mal é mais profundo e acabar com esta avaliação será apenas como administrar um placebo ao doente, certamente terá efeitos, se o paciente acreditar no remédio, existirá um alívio no imediato, mas o mal vai continuar no médio e longo prazo.
Estou disponível para a luta, mas não estou com ela de alma e coração, só o estaria se os meus colegas pretendessem atacar o mal de fundo que enferma a nossa educação e esta luta não tivesse como horizonte a Avaliação do Desempenho Docente.
PS: Não cabe nesta reflexão crítica abordar o papel desempenhados pelos sindicatos, no entanto gostaria de referir que terminei uma ligação sindical, que tinha mais de 26 anos, porque penso que a ética é um valor fundamental e as diversas organizações sindicais ultrapassaram os meus limites mínimos no que concerne a esses valores morais e comportamentais.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Alegoria desta portuguesa vida que é a nossa
Entre passos que se arrastam
pelo caminho. Encontro uma asa ferida.
Percorro o espaço delineado, linha encurvada,
metáfora da vida desgastada. Sinto um frio gelado, entre
os dedos anquilosados. Ouço um som, que parece
uma vaga ao longe distante. Rastejo ondulante
sobre o passeio que se afasta na medida que o palmilho.
Sento-me neste banco de madeira e pedra. Planeio
sem pensar, sempre sentado, como se Apolo existisse. Um
deus perdido no nadir da memória. Um sucedâneo
de qualquer proteína, talvez enzima, perdida no pensamento.
Deleito-me com música, de Tom Waits de preferência, outra
qualquer será sempre uma panaceia mezinha mas
sempre com efeitos terapêuticos. Agasto-me comigo com os
outros mais talvez com os novos senhores do planeta, ocos como
ele, irresponsáveis como calhaus, balofos como gordos. Gordura
parecida com banha malcheirosa lembrando-me quão infecciosos
são os seres que mandam, ainda acrescento pernicioso. Já duvidoso
duvido porque eles não têm dúvidas, são iluminados com a
inocência da imbecilidade. Paciência para tamanha
desonestidade intelectual não é possível, nem sequer bem-vinda.
Queria, tal como o mestre Almada, gritar, se a metáfora me é permitida, “com
este poder português
eu quero ser de qualquer outro país” pode mesmo ser o Burkina Faso
outro de outro continente, pode até ser um principado, contentar-me-ia
com um simples ducado. Posso procurar num aglomerado de galáxias, na
Nuvem de Magalhães, por exemplo, será talvez
mais seguro e distante dos energúmenos obscenos que mandam. É
sempre difícil fugir da mediocridade
por vezes a nossa mas tenho esperança que mais vezes a dos outros
sobretudo do poder que escarafuncha verte e nos esmaga. É ubíquo na sua
ubiquidade. Transcende-se. E pasme-se democrático como se poder
e povo se conjugassem, é um verbo que só rima com riqueza, que verbo
só pode ser com a liberdade que permite a poesia. Afinal ainda há
liberdade, bem pequena, mas do tamanho do planeta. É alguma
esperança uma réstia ainda que nano métrica. Microscópica que
seja agarro-me a ela com todo o equipamento do alpinista. Com toda
a gana de quem atravessa o abismo e quer alcançar a margem.
pelo caminho. Encontro uma asa ferida.
Percorro o espaço delineado, linha encurvada,
metáfora da vida desgastada. Sinto um frio gelado, entre
os dedos anquilosados. Ouço um som, que parece
uma vaga ao longe distante. Rastejo ondulante
sobre o passeio que se afasta na medida que o palmilho.
Sento-me neste banco de madeira e pedra. Planeio
sem pensar, sempre sentado, como se Apolo existisse. Um
deus perdido no nadir da memória. Um sucedâneo
de qualquer proteína, talvez enzima, perdida no pensamento.
Deleito-me com música, de Tom Waits de preferência, outra
qualquer será sempre uma panaceia mezinha mas
sempre com efeitos terapêuticos. Agasto-me comigo com os
outros mais talvez com os novos senhores do planeta, ocos como
ele, irresponsáveis como calhaus, balofos como gordos. Gordura
parecida com banha malcheirosa lembrando-me quão infecciosos
são os seres que mandam, ainda acrescento pernicioso. Já duvidoso
duvido porque eles não têm dúvidas, são iluminados com a
inocência da imbecilidade. Paciência para tamanha
desonestidade intelectual não é possível, nem sequer bem-vinda.
Queria, tal como o mestre Almada, gritar, se a metáfora me é permitida, “com
este poder português
eu quero ser de qualquer outro país” pode mesmo ser o Burkina Faso
outro de outro continente, pode até ser um principado, contentar-me-ia
com um simples ducado. Posso procurar num aglomerado de galáxias, na
Nuvem de Magalhães, por exemplo, será talvez
mais seguro e distante dos energúmenos obscenos que mandam. É
sempre difícil fugir da mediocridade
por vezes a nossa mas tenho esperança que mais vezes a dos outros
sobretudo do poder que escarafuncha verte e nos esmaga. É ubíquo na sua
ubiquidade. Transcende-se. E pasme-se democrático como se poder
e povo se conjugassem, é um verbo que só rima com riqueza, que verbo
só pode ser com a liberdade que permite a poesia. Afinal ainda há
liberdade, bem pequena, mas do tamanho do planeta. É alguma
esperança uma réstia ainda que nano métrica. Microscópica que
seja agarro-me a ela com todo o equipamento do alpinista. Com toda
a gana de quem atravessa o abismo e quer alcançar a margem.
domingo, 5 de outubro de 2008
Universo, uma brevissíma reflexão
Por vezes acordo a pensar na ilusão. Espanto-me com os que encontram propósitos e destinos na vida. Procurar entre deuses e outras filosofias um percurso na história, uma razão, direi eu, um conforto.
Espanto-me, ainda mais, quando algumas das pessoas que assim pensam têm cultura e instrução. Será possível um ser inteligente, que se detenha a pensar uns breves minutos, possa concluir pela existência de Deus?
Espanto-me, ainda mais, quando algumas das pessoas que assim pensam têm cultura e instrução. Será possível um ser inteligente, que se detenha a pensar uns breves minutos, possa concluir pela existência de Deus?
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
Estou assustado com o futuro da Humanidade
Estou assustado com o futuro da Humanidade.
Olho para o mundo e parece-me uma peça de teatro surrealista, sem nexo, fruto de um desvario artístico de um deus com vocação sádica.
Vejo uns senhores que desbaratam milhares de milhões, nem sei se dólares ou euros, até é irrelevante, que continuam a ganhar milhões. Os contribuintes pagam todo este desvario sem se levantarem e exigirem que se tomem medidas contra estas “actividades” de “colarinho branco”.
Assisto estarrecido, à indiferença dos cidadãos, perante o percurso deste mundo para o caos.
A crise era visível, bastava olhar para os indicadores de 1929 e para os actuais. Na minha opinião só um analfabeto seria incapaz de tirar as devidas elações, no entanto o mundo continuou, inalterável, o seu caminho para o abismo. E depois de chegados ao precipício, o cidadão contínua alheio a tudo? Será isto normal?
Parece-me que a multidão foi embrutecida por milhares de horas de entretimento barato e por políticos de carreira, incompetentes, por uma comunicação social que está esquecida do seu papel social e cultural.
Entristece-me olhar para dez mil anos de civilização e ver que os progressos culturais, políticos foram muito limitados. Fico verdadeiramente assustado quando se comparam os progressos técnicos e tecnológicos com os progressos culturais e civilizacionais.
No século XXI, com toda a variedade de computadores, auto-estradas da informação e outros quejandos do supra-sumo da técnica, a selvajaria e a boçalidade estão ao nível dos nossos antepassados mais remotos.
É razão mais do que suficiente para eu estar assustado com o futuro do Homem.
Outro assunto que é revelador do estado estupidificante de uma parte muito significativa da Humanidade é a questão ambiental. Acumulam-se provas que caminhamos a passos largos (talvez uma melhor metáfora fosse “a trotar”) para um desastre de proporções épicas que irá provocar um recuo da civilização tal como a conhecemos. Poucos parecem realmente preocupados, não seria, mesmo que não existissem provas sólidas, necessário tomar medidas urgentíssimas para tentar debelar o problema?
Tal como em relação à crise económica, a espécie humana aguarda, impávida, com uma inconsciência louvada por aqueles que enriquecem com toda esta situação, que as mudanças climáticas sejam irreversíveis, para então começar uma azáfama de medidas que muito provavelmente serão irrelevantes.
Gostaria de perguntar aos senhores do mundo (económicos e políticos), se o futuro não é importante, será que não têm filhos e netos? Será que o dinheiro cega até à bestialidade?
Estou assustado com o futuro da Humanidade…
Olho para o mundo e parece-me uma peça de teatro surrealista, sem nexo, fruto de um desvario artístico de um deus com vocação sádica.
Vejo uns senhores que desbaratam milhares de milhões, nem sei se dólares ou euros, até é irrelevante, que continuam a ganhar milhões. Os contribuintes pagam todo este desvario sem se levantarem e exigirem que se tomem medidas contra estas “actividades” de “colarinho branco”.
Assisto estarrecido, à indiferença dos cidadãos, perante o percurso deste mundo para o caos.
A crise era visível, bastava olhar para os indicadores de 1929 e para os actuais. Na minha opinião só um analfabeto seria incapaz de tirar as devidas elações, no entanto o mundo continuou, inalterável, o seu caminho para o abismo. E depois de chegados ao precipício, o cidadão contínua alheio a tudo? Será isto normal?
Parece-me que a multidão foi embrutecida por milhares de horas de entretimento barato e por políticos de carreira, incompetentes, por uma comunicação social que está esquecida do seu papel social e cultural.
Entristece-me olhar para dez mil anos de civilização e ver que os progressos culturais, políticos foram muito limitados. Fico verdadeiramente assustado quando se comparam os progressos técnicos e tecnológicos com os progressos culturais e civilizacionais.
No século XXI, com toda a variedade de computadores, auto-estradas da informação e outros quejandos do supra-sumo da técnica, a selvajaria e a boçalidade estão ao nível dos nossos antepassados mais remotos.
É razão mais do que suficiente para eu estar assustado com o futuro do Homem.
Outro assunto que é revelador do estado estupidificante de uma parte muito significativa da Humanidade é a questão ambiental. Acumulam-se provas que caminhamos a passos largos (talvez uma melhor metáfora fosse “a trotar”) para um desastre de proporções épicas que irá provocar um recuo da civilização tal como a conhecemos. Poucos parecem realmente preocupados, não seria, mesmo que não existissem provas sólidas, necessário tomar medidas urgentíssimas para tentar debelar o problema?
Tal como em relação à crise económica, a espécie humana aguarda, impávida, com uma inconsciência louvada por aqueles que enriquecem com toda esta situação, que as mudanças climáticas sejam irreversíveis, para então começar uma azáfama de medidas que muito provavelmente serão irrelevantes.
Gostaria de perguntar aos senhores do mundo (económicos e políticos), se o futuro não é importante, será que não têm filhos e netos? Será que o dinheiro cega até à bestialidade?
Estou assustado com o futuro da Humanidade…
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Encontro e desencontro (ainda mais um poema quântico, que noutras épocas seria chamado dialéctico)
É um iô-iô, que
enrola e desenrola, no fio da vida. Parece que nos
encontramos e depressa nos desencontramos.
Desencontrar é natural.
Desencontro e encontro estão em níveis quânticos diferentes, é mais provável
desencontrar que encontrar.
Encontrar é esquivo.
Encontro, pois, um silogismo lógico que me leva a afirmar: Encontremo-nos e esqueçamos os desencontros. Um encontro vale (certamente) vários desencontros. E finalmente afirmar, com um certo despudor:
Encontrar é um caminho para o Nirvana.
enrola e desenrola, no fio da vida. Parece que nos
encontramos e depressa nos desencontramos.
Desencontrar é natural.
Desencontro e encontro estão em níveis quânticos diferentes, é mais provável
desencontrar que encontrar.
Encontrar é esquivo.
Encontro, pois, um silogismo lógico que me leva a afirmar: Encontremo-nos e esqueçamos os desencontros. Um encontro vale (certamente) vários desencontros. E finalmente afirmar, com um certo despudor:
Encontrar é um caminho para o Nirvana.
domingo, 21 de setembro de 2008
A certeza da incerteza (um novo poema quântico). Poema para o CERN de todos nós
É um estrondo,
É pequeno,
É esconso.
É uma colisão.
São as mesmas partículas do nosso corpo.
A corrente parte, e as pessoas, por vezes,
Ficam,
Há um caminho escondido que se ri, que atrai
Lágrimas embutidas em lenços de papel.
A certeza da incerteza, não é filosófica, é quântica. Abre
Novos horizontes no pensamento humano. Só se percebe
No infinitamente pequeno, mas isso é o bastante.
Um sentimento é sempre pequeno antes de crescer.
O sentimento é sempre grande antes de gelar.
Partir é apenas uma equação
Do ficar.
Somos sempre dialéticos, naquilo que a dialética, numa perspectiva
Não marxista, tem de incerteza.
É um caminho que se desloca do Big Bang
Para para o Big Freeze.
Entre esse caminho ficámos perdidos.
Mas é certo que pouco interessa na dimensão e incerteza
Do Universo.
É pequeno,
É esconso.
É uma colisão.
São as mesmas partículas do nosso corpo.
A corrente parte, e as pessoas, por vezes,
Ficam,
Há um caminho escondido que se ri, que atrai
Lágrimas embutidas em lenços de papel.
A certeza da incerteza, não é filosófica, é quântica. Abre
Novos horizontes no pensamento humano. Só se percebe
No infinitamente pequeno, mas isso é o bastante.
Um sentimento é sempre pequeno antes de crescer.
O sentimento é sempre grande antes de gelar.
Partir é apenas uma equação
Do ficar.
Somos sempre dialéticos, naquilo que a dialética, numa perspectiva
Não marxista, tem de incerteza.
É um caminho que se desloca do Big Bang
Para para o Big Freeze.
Entre esse caminho ficámos perdidos.
Mas é certo que pouco interessa na dimensão e incerteza
Do Universo.
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Esquecimento
Sento-me, olho o ecrã, que simula a folha branca.
E penso, que escrever!?!
Por vezes o vazio é tão grande que nada
escurece o fio do pensamento.
E penso, que escrever!?!
Por vezes o vazio é tão grande que nada
escurece o fio do pensamento.
quarta-feira, 30 de julho de 2008
Porvir
O processo de sedimentação nasce algures no nosso percurso
De vida. Cresce ao longo dos anos, acelera-se ao correr das décadas.
Torna-se argila vivificante com a maturidade.
Um barro espesso, mas moldável e estável, que se torna
Numa escultura de serenidade.
O porvir, porque arrasta consigo a paz de espírito, é sempre bem-vindo.
De vida. Cresce ao longo dos anos, acelera-se ao correr das décadas.
Torna-se argila vivificante com a maturidade.
Um barro espesso, mas moldável e estável, que se torna
Numa escultura de serenidade.
O porvir, porque arrasta consigo a paz de espírito, é sempre bem-vindo.
Mundo Telúrico
ver vídeo em http://filmesgeres.blogspot.com/
Há um pensamento telúrico
nestes penedios, que se abatem
sobre o olhar.
Encontro a rudeza do mundo, granítica.
Sempre pensei olhar o Mundo de
um lugar assim. Onde a palavra
transcende o papel e ganha
significado e o
futuro parece uma possibilidade.
domingo, 27 de julho de 2008
sexta-feira, 11 de julho de 2008
Percebo outros mundos encerrados no pensamento quântico
Percebo outros mundos encerrados no pensamento quântico
Percebo ainda o acidente que somos todos
Percebo que …
E, ainda assim, continuo sem perceber nada!
Percebo ainda o acidente que somos todos
Percebo que …
E, ainda assim, continuo sem perceber nada!
quarta-feira, 9 de julho de 2008
Outra vez sem rumo
Outra vez sem rumo Num
Esquecer atrevido
Paralelo com outros sentimentos Entre impossíveis
E possíveis
Algures perdido
Em nenhures achado.
Esquecer atrevido
Paralelo com outros sentimentos Entre impossíveis
E possíveis
Algures perdido
Em nenhures achado.
Palavras
Parece que apesar de tudo sempre existem letras
que escurecem o papel, sempre.
Traduzem pensamentos, opiniões, filosofias, histórias, anedotas,
risos, choros e muitas outras coisas.
Por vezes são escritas outras são faladas ou ouvidas e mesmo algumas vezes
são lidas.
que escurecem o papel, sempre.
Traduzem pensamentos, opiniões, filosofias, histórias, anedotas,
risos, choros e muitas outras coisas.
Por vezes são escritas outras são faladas ou ouvidas e mesmo algumas vezes
são lidas.
Fonéticas
Encontrar pedaços de luz
Esfarrapados
Procurar relembrar
Pedir emprestado
Correr até cair
Fugir ao pôr-do-sol.
Comer
Para quem é bacalhau basta
Sorrir sem motivo
Pedir.
Gritar
Gritar
Gritar ainda mais alto
Gritar ainda mais alto
Mas gritar
Gritar sempre
Esfarrapados
Procurar relembrar
Pedir emprestado
Correr até cair
Fugir ao pôr-do-sol.
Comer
Para quem é bacalhau basta
Sorrir sem motivo
Pedir.
Gritar
Gritar
Gritar ainda mais alto
Gritar ainda mais alto
Mas gritar
Gritar sempre
Apesar de
Ao rosto pálido
Acrescento a solidão de ser
Encontrada na fúria
Apesar de não controlada
Apesar de não desejada
Remarco o tempo
De alguma maneira solto
Apesar de delirar
Apesar de sofrer
Encontro paz
Com um cheiro sólido
Apesar de inodoro
Apesar de crescer
Recheio o pensamento
Apesar de vazio
Levanto o sono
Apesar de pesado
Reviver
Apesar de não ter vivido
Apesar de nascido
Sombra
Apesar do sol
Riqueza nos bolsos
Apesar de furados
Tristeza no coração
Apesar do riso na face
Remarcar
Apesar de marcado
Ligar
Onde falta a conexão
Disputar
As lutas que faltam
E estão para vir
Ir
Apesar da falta de bilhete
Vir
Apesar de ficar
Reter
Como lembrar a memória
Transcender
Apesar de aceder
Juntar
Apesar de disperso
Ocupar
Aquilo que está desocupado
Tilintar
Moedas que fogem
Reocupar
Aquilo que foi ocupado
Verdadeiro
Apesar da mentira
Ler
O que está escrito
Perdoar
O que está perdoado
Perdoar
Apesar de já estar perdoado
Brincar
Apesar de velho
Rir
Apesar de triste
Triste
Apesar de rir
Correr
Apesar de parado
Sonhar
Apesar de acordado
Escrever
Com vontade
Como forma terapêutica
Apesar da tristeza não ser doença.
Acrescento a solidão de ser
Encontrada na fúria
Apesar de não controlada
Apesar de não desejada
Remarco o tempo
De alguma maneira solto
Apesar de delirar
Apesar de sofrer
Encontro paz
Com um cheiro sólido
Apesar de inodoro
Apesar de crescer
Recheio o pensamento
Apesar de vazio
Levanto o sono
Apesar de pesado
Reviver
Apesar de não ter vivido
Apesar de nascido
Sombra
Apesar do sol
Riqueza nos bolsos
Apesar de furados
Tristeza no coração
Apesar do riso na face
Remarcar
Apesar de marcado
Ligar
Onde falta a conexão
Disputar
As lutas que faltam
E estão para vir
Ir
Apesar da falta de bilhete
Vir
Apesar de ficar
Reter
Como lembrar a memória
Transcender
Apesar de aceder
Juntar
Apesar de disperso
Ocupar
Aquilo que está desocupado
Tilintar
Moedas que fogem
Reocupar
Aquilo que foi ocupado
Verdadeiro
Apesar da mentira
Ler
O que está escrito
Perdoar
O que está perdoado
Perdoar
Apesar de já estar perdoado
Brincar
Apesar de velho
Rir
Apesar de triste
Triste
Apesar de rir
Correr
Apesar de parado
Sonhar
Apesar de acordado
Escrever
Com vontade
Como forma terapêutica
Apesar da tristeza não ser doença.
Silêncio
O silêncio envolve-nos
com um ser físico. Escuto,
ao longe,
tua voz, num tempo de reflexão.
Ouve-se um riso,
canto,
num silêncio para lá das paredes
que se abrem.
com um ser físico. Escuto,
ao longe,
tua voz, num tempo de reflexão.
Ouve-se um riso,
canto,
num silêncio para lá das paredes
que se abrem.
Quarto deserto
Eu fico aqui
Ao longo de
Celas de hospitais psiquiátricos
Onde se fazem
Outras ordens de acontecimentos
E eu não sou de lá nem de cá
Respiro sons
Fecho-me no meu quarto deserto
No sítio onde estou
Nem perto nem longe de um dia
Sento-me num barco
Navego nas imensidões plásticas do
Espaço sem tempo
Ergo-me ao regresso de D. Sebastião
Saúdo todos os presidentes e afins
Todas as bombas de neutrões e afins
Toda a Humanidade e afins...
Ao longo de
Celas de hospitais psiquiátricos
Onde se fazem
Outras ordens de acontecimentos
E eu não sou de lá nem de cá
Respiro sons
Fecho-me no meu quarto deserto
No sítio onde estou
Nem perto nem longe de um dia
Sento-me num barco
Navego nas imensidões plásticas do
Espaço sem tempo
Ergo-me ao regresso de D. Sebastião
Saúdo todos os presidentes e afins
Todas as bombas de neutrões e afins
Toda a Humanidade e afins...
Fénix
Foi hoje ou ontem, já nem sei, porque não há dias nos milénios dos séculos arrastando-se nesta roda da História.
Nessa noite a nuvem cresceu para o céu na brevidade de um dia dentro das vinte e quatro horas etilizadas nos sentidos.
Foi numa noite asfaltada de sonhos.
No espaço e no tempo construiu-se outro no verso no futuro.
Ouviu-se declamações sobre os orgasmos sociais e alguns Homo Sapiens.
Renasceu a Fénix (renascida) das cinzas de uma sociedade barulhenta e agonizante.
Foi nessa altura que se criou a Humanidade imperfeita.
Foi nessa noite tenho a certeza.
Nessa noite a nuvem cresceu para o céu na brevidade de um dia dentro das vinte e quatro horas etilizadas nos sentidos.
Foi numa noite asfaltada de sonhos.
No espaço e no tempo construiu-se outro no verso no futuro.
Ouviu-se declamações sobre os orgasmos sociais e alguns Homo Sapiens.
Renasceu a Fénix (renascida) das cinzas de uma sociedade barulhenta e agonizante.
Foi nessa altura que se criou a Humanidade imperfeita.
Foi nessa noite tenho a certeza.
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Montanha
Montanhas caindo
A história vai-se
Como o nevoeiro e
É isto que se vê
Mas
Eu vejo um pássaro voando
Tenebroso
Obscuro
Preto
Solidão
Ódio
Que me interesso
Poder
Castigo
Diabo
Noite na escuridão
Guerra
Fantasmas
O pior
Escravidão
A história vai-se
Como o nevoeiro e
É isto que se vê
Mas
Eu vejo um pássaro voando
Tenebroso
Obscuro
Preto
Solidão
Ódio
Que me interesso
Poder
Castigo
Diabo
Noite na escuridão
Guerra
Fantasmas
O pior
Escravidão
Inventário surrealista
São todos burros
que grasnam
Jumentos cavalgaduras saloios São
todos
uma cambada
de ignorantes Não há sentimentos amizade
coragem
Não há poder guerras
paz ambições cervejas ruas
luas
tratados visões sonhos Não há cidades
elefantes rinocerontes
zebras ceroulas ornitorrincos serpentes Não há
zoos grades aves pernaltas civilização Não há tempo
Não há cosmos
Não há nada nem o nada existe
Só a pontuação existe!!!!!!!
que grasnam
Jumentos cavalgaduras saloios São
todos
uma cambada
de ignorantes Não há sentimentos amizade
coragem
Não há poder guerras
paz ambições cervejas ruas
luas
tratados visões sonhos Não há cidades
elefantes rinocerontes
zebras ceroulas ornitorrincos serpentes Não há
zoos grades aves pernaltas civilização Não há tempo
Não há cosmos
Não há nada nem o nada existe
Só a pontuação existe!!!!!!!
A mulher dos pensamentos
O ar da montanha
Perigo criado pela vida
Calor trazido pelo vento
Criou-se a mulher dos pensamentos
Os seus cabelos lentos
O rio esvai-se na nascente
O sol brilha na escuridão
Nasce a claridade de Vénus
Lady
Ilumina a minha mente de prazer
Cria as nossas formas
E aparta o vento nas tuas mãos
Lady
Nome de cadelinha chinesa
Cristalina e formosa
Riste mas o silêncio espalhou-se
Gritaste mas o som esvaiu-se
Olho-te nas recordações
Extraio-te de lugares
E não há computador que não veja
Ou astronave que não voe
E digam-me agora
Que não és o vasto universo transformado
Em sentimentos
Perigo criado pela vida
Calor trazido pelo vento
Criou-se a mulher dos pensamentos
Os seus cabelos lentos
O rio esvai-se na nascente
O sol brilha na escuridão
Nasce a claridade de Vénus
Lady
Ilumina a minha mente de prazer
Cria as nossas formas
E aparta o vento nas tuas mãos
Lady
Nome de cadelinha chinesa
Cristalina e formosa
Riste mas o silêncio espalhou-se
Gritaste mas o som esvaiu-se
Olho-te nas recordações
Extraio-te de lugares
E não há computador que não veja
Ou astronave que não voe
E digam-me agora
Que não és o vasto universo transformado
Em sentimentos
Uma flor
Existiu uma vez uma flor chamada cravo
Cresceu e floriu no cano de uma espingarda
Depois esvaiu-se em sangue e
Murchou.
Cresceu e floriu no cano de uma espingarda
Depois esvaiu-se em sangue e
Murchou.
Sonho atormentado
Sonho crepuscular
Revejo-te
No plantar do dia
Na cerca desconjuntada
No sabor a sal deste país
No verso difícil
Na gesta
Alongo teus cabelos
No anfiteatro poeirento
Vejo-te em sonhos policromáticos
No arco-íris
Em
Na solidão
Revolta
Musical gota de água
Recordo-te
No estrondo multicelular
Na respiração
Na estética da noite
Nos refrãos
Respiro tua boca vermelha
No fundo do mar azul.
Revejo-te
No plantar do dia
Na cerca desconjuntada
No sabor a sal deste país
No verso difícil
Na gesta
Alongo teus cabelos
No anfiteatro poeirento
Vejo-te em sonhos policromáticos
No arco-íris
Em
Na solidão
Revolta
Musical gota de água
Recordo-te
No estrondo multicelular
Na respiração
Na estética da noite
Nos refrãos
Respiro tua boca vermelha
No fundo do mar azul.
Estranhos segredos
Aqui não há gaivotas rolantes que afirmem que o poema é uma estrada imensa de liberdade, as noites não têm espaço e crescem num abraço total, desconhecido no tempo, centelhas de apagadas fogueiras que refrescam a noite.
O ser veio, os sons pararam, o sentido mecânico dos relógios avançaram mais uma eternidade em poucos segundos.
E tudo ficou escrito.
Mais uma manhã desvaneceu-se na noite.
O ser veio, os sons pararam, o sentido mecânico dos relógios avançaram mais uma eternidade em poucos segundos.
E tudo ficou escrito.
Mais uma manhã desvaneceu-se na noite.
Viagem ao mundo da cultura
Flash, em inglês significa relâmpago;
para outros é apenas "viagem";
para mim, estudante de letras, é cultura.
I
Vou para a faculdade nos dias em que faz sol, noutros cai chuva , pode ser até que o nevoeiro paire sobre revoluções. Outras vezes fico sentado no café, esperando que a lua brilhe na direcção certa.
Regresso do sonho e vejo os corredores desta faculdade, assim como as armadilhadas salas de aulas, construindo o futuro que dizem que somos, neste país ainda sem presente. Dou uma fugida até ao bar em ar de troça, tomo o cimbalino do costume, converso sobre futebol e outras coisas que tais sempre, ou talvez sempre opacas, um tudo nada obscuras.
Sento-me na cadeira da sala de aula, sinto o tempo arrastar-se num tom cavo e desalentado. Olho o professor através de um buraco implantado, já nem sei por quem, no meu cérebro apesar de tudo permeável às idiotices do supra gosto da ciência.
É de estarrecer ainda só passaram cinco curtos minutos e já a cadeira está vazia, voo no meu flash. O shoot cultural permite-me planar, as visões alternam-se em cores surrealistas.
Aulas, cultura, chuva, cultura, frases, cultura. Sinto-me navegar num mar berrante de ciência afixada pela cultura.
Já nem sei o que sonhei, talvez não sonhasse, mas seja lá o que for vai-se desvanecendo em música jazz, é o flash que vai passando.
Olho o presente realidade, o professor fala da evolução humana: Australopitecos, Cro-Magnon, Homo Sapiens Sapiens, ... etc., e de outras coisas afins. Passaram mais cinco minutos e já tenho necessidade de um novo shoot. Reconheço que sou um verdadeiro junkie, sinto-me incapaz de parar.
Mas que ao menos a cultura, LSD. da droga, atinja a loucura.
Ao menos que a cultura seja anti cultural.
Ao menos que a cultura seja ópio e eu possa sonhar na realidade.
II
O texto atrás, foi escrito, à já alguns meses, em momento em que a solução qual milagre de Fátima, não era visível perante os meus olhos.
Será o ovo de Colombo? Serão os sais de frutos? Será qualquer droga milagrosa?
Nada disso! A solução é praticar desporto!
Mas cuidado pois não serve qualquer tipo de desporto, já que existe o desporto alienante e não alienante. Eu confesso nunca soube lá muito bem a diferença, por isso é preciso ser cauteloso para não cair noutras formas de viciação.
Recomendo por isso o único desporto anti alienante que conheço, que aliás é baratíssimo, não há necessidade de nenhum equipamento, e o campo de jogos é próximo da nossa querida faculdade para o caso de haver alguns comodistas.
A solução é ... (suspense) ... aproveitar a maravilha arquitectónica, que é a nossa querida ponte da Arrábida, para se lançar suavemente até aos peixinhos.
Recomendação pertinente - não é considerado de bom gosto levar pára-quedas.
P.S. - Isto não é, como pode parecer, um apelo, aliás descabido, ao suicídio, pois as regras do jogo só permitem lançar nesse voozito os cardia...cos da cultura que por aí pululam.
A ponte é imaginação pura...
F.L.U.P.- 1979
para outros é apenas "viagem";
para mim, estudante de letras, é cultura.
I
Vou para a faculdade nos dias em que faz sol, noutros cai chuva , pode ser até que o nevoeiro paire sobre revoluções. Outras vezes fico sentado no café, esperando que a lua brilhe na direcção certa.
Regresso do sonho e vejo os corredores desta faculdade, assim como as armadilhadas salas de aulas, construindo o futuro que dizem que somos, neste país ainda sem presente. Dou uma fugida até ao bar em ar de troça, tomo o cimbalino do costume, converso sobre futebol e outras coisas que tais sempre, ou talvez sempre opacas, um tudo nada obscuras.
Sento-me na cadeira da sala de aula, sinto o tempo arrastar-se num tom cavo e desalentado. Olho o professor através de um buraco implantado, já nem sei por quem, no meu cérebro apesar de tudo permeável às idiotices do supra gosto da ciência.
É de estarrecer ainda só passaram cinco curtos minutos e já a cadeira está vazia, voo no meu flash. O shoot cultural permite-me planar, as visões alternam-se em cores surrealistas.
Aulas, cultura, chuva, cultura, frases, cultura. Sinto-me navegar num mar berrante de ciência afixada pela cultura.
Já nem sei o que sonhei, talvez não sonhasse, mas seja lá o que for vai-se desvanecendo em música jazz, é o flash que vai passando.
Olho o presente realidade, o professor fala da evolução humana: Australopitecos, Cro-Magnon, Homo Sapiens Sapiens, ... etc., e de outras coisas afins. Passaram mais cinco minutos e já tenho necessidade de um novo shoot. Reconheço que sou um verdadeiro junkie, sinto-me incapaz de parar.
Mas que ao menos a cultura, LSD. da droga, atinja a loucura.
Ao menos que a cultura seja anti cultural.
Ao menos que a cultura seja ópio e eu possa sonhar na realidade.
II
O texto atrás, foi escrito, à já alguns meses, em momento em que a solução qual milagre de Fátima, não era visível perante os meus olhos.
Será o ovo de Colombo? Serão os sais de frutos? Será qualquer droga milagrosa?
Nada disso! A solução é praticar desporto!
Mas cuidado pois não serve qualquer tipo de desporto, já que existe o desporto alienante e não alienante. Eu confesso nunca soube lá muito bem a diferença, por isso é preciso ser cauteloso para não cair noutras formas de viciação.
Recomendo por isso o único desporto anti alienante que conheço, que aliás é baratíssimo, não há necessidade de nenhum equipamento, e o campo de jogos é próximo da nossa querida faculdade para o caso de haver alguns comodistas.
A solução é ... (suspense) ... aproveitar a maravilha arquitectónica, que é a nossa querida ponte da Arrábida, para se lançar suavemente até aos peixinhos.
Recomendação pertinente - não é considerado de bom gosto levar pára-quedas.
P.S. - Isto não é, como pode parecer, um apelo, aliás descabido, ao suicídio, pois as regras do jogo só permitem lançar nesse voozito os cardia...cos da cultura que por aí pululam.
A ponte é imaginação pura...
F.L.U.P.- 1979
terça-feira, 10 de junho de 2008
Redondas redomas
Eram resplandecentes aqueles seios,
protuberantes,
no café da esquina em West Ham.
Oh, Lord descobridor das coisas
num ápice, like a bull fighting in the arena,
escutando os imerecidos aplausos.
Oh, darling,
dear lady, made a smile, made in wood, in Atlantic Ocean
by the corner,
in your room plenty of things.
No espaço teatral, cénico, transplantado da metafísica.
Acting! Oh, meu deus, que actor!
Como na sibilante frase: The show must go on;
e porque não perdõem-me os cépticos:
To be or not to be.
Tudo no silêncio! In the midlle of the theatre.
With air shining at
five o´clock, so they may say
tea.
Dear shine with me.
In the theatre! In the theatre!
No teatro redondo, versátil, atormentado,
pedúnculo de cenas gordurosas.
Na Stª Paul Cathedral! In the theatre!
In the air laughting, in the self made diamond.
Eu ouço a canção prolongando ritmados sons guturais
já pré-históricos, cro-magnonianos
e ainda um estado transmental
implacável.
In the theatre!
No teatro da vida, sempre quotidiana,
in the street. Any, anyone, killing the bird.
Lord above my head in the slow moviment of
the evening at the sundown, asking why?
Porquê aqueles seios brancos no altar de
Stº Paul Cathedral?
In the theatre! In the Theatre!
In Westminster! No palácio da vida!
No cosmos triclínico,
geossinclinal inclinado. In Christ`s name!
In Christ`s name!
Fugindo, runing of my head slowly, in
the rapid flash singing, out of scene.
Nas palacianas e plácidas tardes do Tamisa, na margem
esquerda do Sena. No sabor da hóstia. In,
in Christ`s name!
Na celestial paz do rio navegado,
in the words of the Times selling the notices
of all the world. All the world in the notice.
No papel tipografado, húmido, gemendo de dor,
behind the masters of life. Crescendo na guerra,
insurrectos do poder estabelecido, no tumulto.
In the theatre! Lord Peter, sweet Peter. The town
of the crown. Cantando regras,
trocadas na solução coloidal, osmose platónica.
No céu tropical, pleno de smog, rolante em Copacabana,
na fresta deliciante. In the theatre!
In Christ`s name!
A pergunta...
No answer for sure!
step to step, we go on our journey to somewhere,
with cornflakes, delicious, delicious!
In strange places unknown.
Rastejando na sufocação
cotovia, azevinho, transparente. I wish
the night come and I`ll dream with your sounds.
No bálsamo refrescante, trepidante dos teus heróis.
Lord Byron, sonolento
fleumáticos cidadãos do universo.
Shakespeare
em tuas obras
in, only, the theatre.
Robin Hood da minha infância. Crucifixo de Sherwood.
In poor`s name!
I wish the night come. Eu sonharei com a liberdade.
Na estrada, turba
oscilante. Take a bath.
I wish the night come. In the theatre!
I see the misery of Trafalguar Square
ou de qualquer outro beco do mundo.
In Christ`s name!
No tudo o que se sente.
God save the Queen,
of what?
Do teatro da vida, regra social, simples ou composta
maqueta da penetrante revolução temática,
fruto selvagem, busto pictórico,
luxuoso, decano da ignorância.
God save the Queen
In Christ`s name
God save the Queen
In the theatre.
Da justa revolta provocada.
I wish the night come throught the early evening.
I hear that in the sadness of my heart.
Olho a tristeza salgar o oceano. Nunca
te esquecerei, tu teatro,
teatro de redondas redomas, alma do nosso refúgio
no espaço desta sociedade.
I wish,
I wish love come.
protuberantes,
no café da esquina em West Ham.
Oh, Lord descobridor das coisas
num ápice, like a bull fighting in the arena,
escutando os imerecidos aplausos.
Oh, darling,
dear lady, made a smile, made in wood, in Atlantic Ocean
by the corner,
in your room plenty of things.
No espaço teatral, cénico, transplantado da metafísica.
Acting! Oh, meu deus, que actor!
Como na sibilante frase: The show must go on;
e porque não perdõem-me os cépticos:
To be or not to be.
Tudo no silêncio! In the midlle of the theatre.
With air shining at
five o´clock, so they may say
tea.
Dear shine with me.
In the theatre! In the theatre!
No teatro redondo, versátil, atormentado,
pedúnculo de cenas gordurosas.
Na Stª Paul Cathedral! In the theatre!
In the air laughting, in the self made diamond.
Eu ouço a canção prolongando ritmados sons guturais
já pré-históricos, cro-magnonianos
e ainda um estado transmental
implacável.
In the theatre!
No teatro da vida, sempre quotidiana,
in the street. Any, anyone, killing the bird.
Lord above my head in the slow moviment of
the evening at the sundown, asking why?
Porquê aqueles seios brancos no altar de
Stº Paul Cathedral?
In the theatre! In the Theatre!
In Westminster! No palácio da vida!
No cosmos triclínico,
geossinclinal inclinado. In Christ`s name!
In Christ`s name!
Fugindo, runing of my head slowly, in
the rapid flash singing, out of scene.
Nas palacianas e plácidas tardes do Tamisa, na margem
esquerda do Sena. No sabor da hóstia. In,
in Christ`s name!
Na celestial paz do rio navegado,
in the words of the Times selling the notices
of all the world. All the world in the notice.
No papel tipografado, húmido, gemendo de dor,
behind the masters of life. Crescendo na guerra,
insurrectos do poder estabelecido, no tumulto.
In the theatre! Lord Peter, sweet Peter. The town
of the crown. Cantando regras,
trocadas na solução coloidal, osmose platónica.
No céu tropical, pleno de smog, rolante em Copacabana,
na fresta deliciante. In the theatre!
In Christ`s name!
A pergunta...
No answer for sure!
step to step, we go on our journey to somewhere,
with cornflakes, delicious, delicious!
In strange places unknown.
Rastejando na sufocação
cotovia, azevinho, transparente. I wish
the night come and I`ll dream with your sounds.
No bálsamo refrescante, trepidante dos teus heróis.
Lord Byron, sonolento
fleumáticos cidadãos do universo.
Shakespeare
em tuas obras
in, only, the theatre.
Robin Hood da minha infância. Crucifixo de Sherwood.
In poor`s name!
I wish the night come. Eu sonharei com a liberdade.
Na estrada, turba
oscilante. Take a bath.
I wish the night come. In the theatre!
I see the misery of Trafalguar Square
ou de qualquer outro beco do mundo.
In Christ`s name!
No tudo o que se sente.
God save the Queen,
of what?
Do teatro da vida, regra social, simples ou composta
maqueta da penetrante revolução temática,
fruto selvagem, busto pictórico,
luxuoso, decano da ignorância.
God save the Queen
In Christ`s name
God save the Queen
In the theatre.
Da justa revolta provocada.
I wish the night come throught the early evening.
I hear that in the sadness of my heart.
Olho a tristeza salgar o oceano. Nunca
te esquecerei, tu teatro,
teatro de redondas redomas, alma do nosso refúgio
no espaço desta sociedade.
I wish,
I wish love come.
sexta-feira, 30 de maio de 2008
Nau Catrineta
No mar manhã igual
Procura-se na originalidade mas
Não é preciso construir um círculo quadrado
Hei hei grita o marinheiro na gávea
Não é a Nau Catrineta nem deixa de ser
A viagem na crista das ondas continua
Navega-se o cabo da esperança
Num ritmo de ocasiões perdidas
Nasce outro dia
Depois de outro e antes de qualquer outro
Tudo se repete no vídeo tape da vida
Ah ah ri o capitão na ponte do barco
Não é a Nau Catrineta nem deixa de ser
Ruge a tempestade encobrindo a lua
A fúria das partículas eléctricas abate-se
Sobre o telhado rochoso de um pensamento
Amei o amor como coisa platónica
Num arco-íris de esperanças
Mas há já guerras nos homens
Caiu no mar o mastro da mezena
Não é a Nau Catrineta nem deixa de ser
É só o que há nesta vida
Na procura do desconhecido
Os deuses incrustam-se nas mentes
Também sei que nasci um dia
Qualquer coisa apareceu
Cresceu ao ritmo normal
Ruiu mais uma esperança no imediato do navio
Não é a Nau Catrineta nem deixa de ser
Caiu mais um dente de escorbuto
E ainda se leu poesia no poeta
No espírito jamais roubado ao sonho
O rio foi violentando a margem
A águia voou ao longe
Ouviu-se um grito de guerra
As velas já iam todas esfarrapadas
Não é a Nau Catrineta nem deixa de ser
É qualquer outro outra ou talvez não seja
Que seja nesta vida não em mais outra
Que não seja a Nau Catrineta nem que não deixe de ser.
Procura-se na originalidade mas
Não é preciso construir um círculo quadrado
Hei hei grita o marinheiro na gávea
Não é a Nau Catrineta nem deixa de ser
A viagem na crista das ondas continua
Navega-se o cabo da esperança
Num ritmo de ocasiões perdidas
Nasce outro dia
Depois de outro e antes de qualquer outro
Tudo se repete no vídeo tape da vida
Ah ah ri o capitão na ponte do barco
Não é a Nau Catrineta nem deixa de ser
Ruge a tempestade encobrindo a lua
A fúria das partículas eléctricas abate-se
Sobre o telhado rochoso de um pensamento
Amei o amor como coisa platónica
Num arco-íris de esperanças
Mas há já guerras nos homens
Caiu no mar o mastro da mezena
Não é a Nau Catrineta nem deixa de ser
É só o que há nesta vida
Na procura do desconhecido
Os deuses incrustam-se nas mentes
Também sei que nasci um dia
Qualquer coisa apareceu
Cresceu ao ritmo normal
Ruiu mais uma esperança no imediato do navio
Não é a Nau Catrineta nem deixa de ser
Caiu mais um dente de escorbuto
E ainda se leu poesia no poeta
No espírito jamais roubado ao sonho
O rio foi violentando a margem
A águia voou ao longe
Ouviu-se um grito de guerra
As velas já iam todas esfarrapadas
Não é a Nau Catrineta nem deixa de ser
É qualquer outro outra ou talvez não seja
Que seja nesta vida não em mais outra
Que não seja a Nau Catrineta nem que não deixe de ser.
Pôr-do-Sol
No espaço
Sentado
Espantado
Olhando
Aquele Pôr-do-Sol
Maravilha
Esquecido do resto
Na solidão fátua
Na tempestade alheia
Serpenteiam ideias
Em Tebas
No culto de Amon-Rá
Nos tons
Rosa-pálido
Na imaginação do
Verde
Violeta...
No esquecer da vida
Só no prazer de ver
Terra
Visão caótica
Poente mágico
Deus esquecido
Simplesmente
Pôr-do-Sol.
Sentado
Espantado
Olhando
Aquele Pôr-do-Sol
Maravilha
Esquecido do resto
Na solidão fátua
Na tempestade alheia
Serpenteiam ideias
Em Tebas
No culto de Amon-Rá
Nos tons
Rosa-pálido
Na imaginação do
Verde
Violeta...
No esquecer da vida
Só no prazer de ver
Terra
Visão caótica
Poente mágico
Deus esquecido
Simplesmente
Pôr-do-Sol.
quinta-feira, 15 de maio de 2008
Carta a Fernão Capelo Gaivota
No que está escrito
Trotai cavalgaduras
Cavalgai juntos
Suportai cargas
Ladrai nus
Escrevei sós
Enlouquecei devagar
No que está escrito
Nascereis novos
Brindareis alto
Sentireis amor
Alcançareis liberdade
No que está escrito
No rito nupcial da verdade
Tu viste a sensação.
Trotai cavalgaduras
Cavalgai juntos
Suportai cargas
Ladrai nus
Escrevei sós
Enlouquecei devagar
No que está escrito
Nascereis novos
Brindareis alto
Sentireis amor
Alcançareis liberdade
No que está escrito
No rito nupcial da verdade
Tu viste a sensação.
A. D. N.
Tempo voando
Peixes na Lua
Fantasmas no céu
Liberdade na vida
Ondas metafísicas
Um ser que guia
Assexual
Nem se fala no ADN.
Perdem-se em fantasias
E
Em cores.
Peixes na Lua
Fantasmas no céu
Liberdade na vida
Ondas metafísicas
Um ser que guia
Assexual
Nem se fala no ADN.
Perdem-se em fantasias
E
Em cores.
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Tu
Teus braços
São portas abertas
Nos muros da minha solidão
Teu sorriso
É a liberdade
Dos meus sonhos reais
Teu silêncio
É o fogo
Da minha sede.
São portas abertas
Nos muros da minha solidão
Teu sorriso
É a liberdade
Dos meus sonhos reais
Teu silêncio
É o fogo
Da minha sede.
Negritude
Anjo
De fogo negro
Escuto teus passos
Ondulantes
No silêncio
À espera
Olho-te nos olhos
Incendeio-te a forma
Rasgo-te
Como se minha fosses
Numa noite de ternura.
De fogo negro
Escuto teus passos
Ondulantes
No silêncio
À espera
Olho-te nos olhos
Incendeio-te a forma
Rasgo-te
Como se minha fosses
Numa noite de ternura.
Felicidade (vol. 2)
Era pedra
toda verde-lilás.
Já nem tinha cor, sardenta. Pássaro sem asas,
cansado, velho, que pousa na janela do meu quarto.
Já ouvi tiros na guerra, nem todos
eram sangue. E foi nesse dia
que procurei "Felicidade". Sim!
"Felicidade", minha cadela
que fugiu. talvez
com algum vira-lata vadio!
Nesse dia lembro-me bem, chovia, nos jornais
escrevia-se guerra, morriam milhares de seres.
Que me importava! Procurava "Felicidade".
Andei sete (dias/anos) no pôr-do-sol.
Sonhei com o espaço, longe da mente.
Algo era opressão. Talvez não
Houvesse pedras verde-lilás. Talvez fosse
Humanidade.
Era um belo dia. Chovia!
A chuva era o meu sentimento transplantado.
Caminhei. Já teria andado léguas distantes,
o relógio há muito havia parado.
Regicídios se cometeram. Dia e noite caminhava.
Ao longe não havia luz.
Chamava, "Felicidade", "Felicidade",...
Sentia a cabeça vazia. O espectro avançou rindo-se
Loucamente demoníaco. Mas eu procurava "Felicidade".
Clamei aos deuses! Roguei pragas!
Talvez eu fosse Humanidade!
Vi-os procurando "Felicidade". Andavam
num palco pleno de luz obscura. Os actores iam
declamando sobre a vida, e eu procurava.
Não há mais paz em mim. Talvez eu fosse Humanidade!
Perguntei. Ninguém
tinha resposta.
Sentei-me por milhares de pedras verde-lilás nos
regatos dos caminhos.
Procurei nos palácios, prisões e "Felicidade"
escapava-se. Procurava.
Procurava pegadas, rastos, arbustos. O Homem chegava
à Lua. Eu
procurava "Felicidade".
Encontrei-a!
Num dia. Jazia em sangue vermelho
que empapava as pedras verde-lilás. Aproximei-me
lentamente, e em "Felicidade" encontrei
as garras inconfundíveis de Homem.
Desalentado chorei pela eternidade "Felicidade".
Talvez eu fosse Humanidade.
toda verde-lilás.
Já nem tinha cor, sardenta. Pássaro sem asas,
cansado, velho, que pousa na janela do meu quarto.
Já ouvi tiros na guerra, nem todos
eram sangue. E foi nesse dia
que procurei "Felicidade". Sim!
"Felicidade", minha cadela
que fugiu. talvez
com algum vira-lata vadio!
Nesse dia lembro-me bem, chovia, nos jornais
escrevia-se guerra, morriam milhares de seres.
Que me importava! Procurava "Felicidade".
Andei sete (dias/anos) no pôr-do-sol.
Sonhei com o espaço, longe da mente.
Algo era opressão. Talvez não
Houvesse pedras verde-lilás. Talvez fosse
Humanidade.
Era um belo dia. Chovia!
A chuva era o meu sentimento transplantado.
Caminhei. Já teria andado léguas distantes,
o relógio há muito havia parado.
Regicídios se cometeram. Dia e noite caminhava.
Ao longe não havia luz.
Chamava, "Felicidade", "Felicidade",...
Sentia a cabeça vazia. O espectro avançou rindo-se
Loucamente demoníaco. Mas eu procurava "Felicidade".
Clamei aos deuses! Roguei pragas!
Talvez eu fosse Humanidade!
Vi-os procurando "Felicidade". Andavam
num palco pleno de luz obscura. Os actores iam
declamando sobre a vida, e eu procurava.
Não há mais paz em mim. Talvez eu fosse Humanidade!
Perguntei. Ninguém
tinha resposta.
Sentei-me por milhares de pedras verde-lilás nos
regatos dos caminhos.
Procurei nos palácios, prisões e "Felicidade"
escapava-se. Procurava.
Procurava pegadas, rastos, arbustos. O Homem chegava
à Lua. Eu
procurava "Felicidade".
Encontrei-a!
Num dia. Jazia em sangue vermelho
que empapava as pedras verde-lilás. Aproximei-me
lentamente, e em "Felicidade" encontrei
as garras inconfundíveis de Homem.
Desalentado chorei pela eternidade "Felicidade".
Talvez eu fosse Humanidade.
Pergunta
O que é o poema?
É uma estrada imensa
e insegura de
liberdade.
O que é o poeta?
É qualquer homem,
mulher,
plenos de amor.
É uma estrada imensa
e insegura de
liberdade.
O que é o poeta?
É qualquer homem,
mulher,
plenos de amor.
Espantalhos
O espantalho
quer vida, mas confunde-se.
Queria ser
Algo definido. Rediz-se nos
pensamentos.
Prostituiu-se na cadência, reflecte regras que
não defende. Ensina o que não sabe. Realiza-se
com o impossível. Desculpa-se em si,
estremece de dor nauseabunda. Quer coragem
de dizer liberdade!
Musas da inspiração:
Renego-vos!
Não tendes futuro,
sois metamorfoses.
Nós espantalhos vos renegamos.
quer vida, mas confunde-se.
Queria ser
Algo definido. Rediz-se nos
pensamentos.
Prostituiu-se na cadência, reflecte regras que
não defende. Ensina o que não sabe. Realiza-se
com o impossível. Desculpa-se em si,
estremece de dor nauseabunda. Quer coragem
de dizer liberdade!
Musas da inspiração:
Renego-vos!
Não tendes futuro,
sois metamorfoses.
Nós espantalhos vos renegamos.
Douro
O rio nasce no amanhecer
À procura do teu ser
Ou dos corpos nus
Da curva dos teus seios
Dos teus lábios
Do preço de um sentimento.
À procura do teu ser
Ou dos corpos nus
Da curva dos teus seios
Dos teus lábios
Do preço de um sentimento.
sexta-feira, 18 de abril de 2008
Êxtases
Por vezes
Erguem-se em nós pensamentos
Que nos elevam
Para lá do espaço e
Acorda em nós êxtases
Sonhos desejados
Que por vezes se transformam
Em realidade vibrante
Assim hoje
O meu sonho
Te sentiu.
Erguem-se em nós pensamentos
Que nos elevam
Para lá do espaço e
Acorda em nós êxtases
Sonhos desejados
Que por vezes se transformam
Em realidade vibrante
Assim hoje
O meu sonho
Te sentiu.
sábado, 5 de abril de 2008
Porto
Em teus lábios doces pairo
Na quietude da vida
Sei o labirinto desta cidade
O rio esvoaça languidamente entre
Casas
Loucamente
Na vida percorrida
Sem gestos simbólicos
Só no amor deste Porto.
Na quietude da vida
Sei o labirinto desta cidade
O rio esvoaça languidamente entre
Casas
Loucamente
Na vida percorrida
Sem gestos simbólicos
Só no amor deste Porto.
Noite
O perto fez-se longe
Distante daquilo que sinto
Para lá do rio turbulento
Na estrada do meu pensamento
Ouço a margem do teu ser
Tua boca sedenta Teus seios mármore
E é bela a noite que fica
Na tortura do meu sonho
No passar da noite
Entre teus passos revoltados
Na escuridão calcetada de sonhos
No tépido calor do vento agreste
Cresço para lugares infinitos
Distante no crepúsculo das estrelas
Onde brilham amplos sois
Na nossa imensidão.
Distante daquilo que sinto
Para lá do rio turbulento
Na estrada do meu pensamento
Ouço a margem do teu ser
Tua boca sedenta Teus seios mármore
E é bela a noite que fica
Na tortura do meu sonho
No passar da noite
Entre teus passos revoltados
Na escuridão calcetada de sonhos
No tépido calor do vento agreste
Cresço para lugares infinitos
Distante no crepúsculo das estrelas
Onde brilham amplos sois
Na nossa imensidão.
Pensamentos futuros
Quebram as correntes do pensamento. Num
lugar fortificado. Somos
a seda crepitando ao som dos algozes,
a calma existe
no som escuro.
O clarinete ecoa,
soa o lugar.
Ouve-se na rádio:
"descendo a rua cheio de speed"
que incognitamente rima com
Lou Reed.
É um tom azul. São pecados velhos.
Escuto o ranger das folhas do livro que não leio,
carcomidas.
Rei Midas! Ponto de exclamação!
Stop obrigatório.
Luz radioactiva, plasma sanguíneo,
dor alheia,
paz acelerada
na onda verde, rica de algas cromáticas.
Semente subterrânea de olhos escuros
para pensamentos futuros.
lugar fortificado. Somos
a seda crepitando ao som dos algozes,
a calma existe
no som escuro.
O clarinete ecoa,
soa o lugar.
Ouve-se na rádio:
"descendo a rua cheio de speed"
que incognitamente rima com
Lou Reed.
É um tom azul. São pecados velhos.
Escuto o ranger das folhas do livro que não leio,
carcomidas.
Rei Midas! Ponto de exclamação!
Stop obrigatório.
Luz radioactiva, plasma sanguíneo,
dor alheia,
paz acelerada
na onda verde, rica de algas cromáticas.
Semente subterrânea de olhos escuros
para pensamentos futuros.
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Felicidade (vol. 1)
Barbados, Birmânia, Burundi.
Três,
três países.
São três razões, povos e
bandeiras.
Que nada servem,
pois, a felicidade nasce em
Bombaim.
Três,
três países.
São três razões, povos e
bandeiras.
Que nada servem,
pois, a felicidade nasce em
Bombaim.
Nem sempre
Os homens vestem
Capas coloridas
Disfarce imprescindível
Nem sempre agradável
Na muralha
Refugiam-se razões
Esquece-se a tristeza
Nem sempre apetecível
Esconde-se a riqueza
Entretem-se a fome
Ouve-se um grito
Nem sempre audível
Ergue-se um pássaro
Polui-se um desejo
Nem sempre confessável
Nem sempre generoso
Cria-se um amor
Na cidade febril
Nem sempre sereno
Nem sempre agitação
Capas coloridas
Disfarce imprescindível
Nem sempre agradável
Na muralha
Refugiam-se razões
Esquece-se a tristeza
Nem sempre apetecível
Esconde-se a riqueza
Entretem-se a fome
Ouve-se um grito
Nem sempre audível
Ergue-se um pássaro
Polui-se um desejo
Nem sempre confessável
Nem sempre generoso
Cria-se um amor
Na cidade febril
Nem sempre sereno
Nem sempre agitação
domingo, 30 de março de 2008
Quando em vez
Cálidos perfumes no ar
Gota de água que ensejo
Pensamento fugaz
Estarrecido
Percorro os olhos na vasta solidão
Sentado
Espero meu sonho desejado
Por vezes amado
Outras esquecido
Em frente caminhos ásperos
Só uma certeza
O querer palmilhar os sentidos
A luz
Ao longe brilha
Pálida quase sempre
Brilhante de
Quando em vez
Sinto encontros fortuitos
Embora saiba
Que em mim há
alegria de
Quando em vez.
Gota de água que ensejo
Pensamento fugaz
Estarrecido
Percorro os olhos na vasta solidão
Sentado
Espero meu sonho desejado
Por vezes amado
Outras esquecido
Em frente caminhos ásperos
Só uma certeza
O querer palmilhar os sentidos
A luz
Ao longe brilha
Pálida quase sempre
Brilhante de
Quando em vez
Sinto encontros fortuitos
Embora saiba
Que em mim há
alegria de
Quando em vez.
Milfontes revisitada
Alentejo
Terra perdida
Pessoas encontradas
Na alegria só de viver
Gritar
Esperança
Alentejo
Poema solto
Por vezes difícil outras
Fácil [aparentemente]
Alentejo
Recordações futuras
Semente trigo entrega total
Alentejo enfim
Contraste.
Terra perdida
Pessoas encontradas
Na alegria só de viver
Gritar
Esperança
Alentejo
Poema solto
Por vezes difícil outras
Fácil [aparentemente]
Alentejo
Recordações futuras
Semente trigo entrega total
Alentejo enfim
Contraste.
Cores
Verdes são os poemas
Que encontram lugares desconhecidos
Volúveis são as pessoas
Que correm de lugares para sensações
Livre é a voz
Que as barreiras ultrapassa.
Que encontram lugares desconhecidos
Volúveis são as pessoas
Que correm de lugares para sensações
Livre é a voz
Que as barreiras ultrapassa.
Um remoinho
Um remoinho recto
Onde rebolam pedras lunares
Em refreios
Nos reflexos lunares
Borrasca pelintra
Rasteira legal
No rá - tá - flá dos tambores
No rastejar da minhoca
Do rato
Da rainha
Do rastilho
Da rosa
Do rei
De raspão
Do raio que te parta.
Onde rebolam pedras lunares
Em refreios
Nos reflexos lunares
Borrasca pelintra
Rasteira legal
No rá - tá - flá dos tambores
No rastejar da minhoca
Do rato
Da rainha
Do rastilho
Da rosa
Do rei
De raspão
Do raio que te parta.
Rimas
O distante
Perto
Os muros que se abrem
Portas entreabertas
Rumores
Castores
Estupores
Sabores
Rimas esporádicas
Colóquios sentidos
Noites perdidas ao
Sabor da solidão
Gente enevoada
Falares longínquos
Tambores
Dores
Cores
A ética perdida
Moral esquecida
História escondida sem sabor.
Perto
Os muros que se abrem
Portas entreabertas
Rumores
Castores
Estupores
Sabores
Rimas esporádicas
Colóquios sentidos
Noites perdidas ao
Sabor da solidão
Gente enevoada
Falares longínquos
Tambores
Dores
Cores
A ética perdida
Moral esquecida
História escondida sem sabor.
sábado, 29 de março de 2008
A realidade
Por vezes as horas esquecem-se
De nós
Esperámos...
Algum nascer do sol mitológico
Escutámos...
As histórias Era uma vez
O Acordar restabelece a realidade
De nós
Esperámos...
Algum nascer do sol mitológico
Escutámos...
As histórias Era uma vez
O Acordar restabelece a realidade
Sonho
Ontem porque era dia
Sonhei
Um ser perdido no fim da noite
Escondido dos seus pesadelos
Talvez em Wimbleton
Talvez no quotidiano spilbergiano
Herói reclamado
Talvez milionário do loto
Gastando iates e casas
O desconhecido descoberto
Talvez a galope nas pradarias do oeste americano
Perseguindo bandidos ou
Fugindo de ferozes índios
Talvez na nebulosa de Andrómeda
Nos comandos de poderosa nave de guerra
Talvez simplesmente no ecrã da televisão
Talvez ao som do rock & roll
A voz escutada em milhões de discos
O sonho talvez prossiga ao volante de um Ferrari
Talvez A Mulher apareça na nossa cama
Onde os sonhos se liquefazem
Um sonho
Talvez eu quisesse a realidade.
Sonhei
Um ser perdido no fim da noite
Escondido dos seus pesadelos
Talvez em Wimbleton
Talvez no quotidiano spilbergiano
Herói reclamado
Talvez milionário do loto
Gastando iates e casas
O desconhecido descoberto
Talvez a galope nas pradarias do oeste americano
Perseguindo bandidos ou
Fugindo de ferozes índios
Talvez na nebulosa de Andrómeda
Nos comandos de poderosa nave de guerra
Talvez simplesmente no ecrã da televisão
Talvez ao som do rock & roll
A voz escutada em milhões de discos
O sonho talvez prossiga ao volante de um Ferrari
Talvez A Mulher apareça na nossa cama
Onde os sonhos se liquefazem
Um sonho
Talvez eu quisesse a realidade.
Uma rua
Uma rua no caminho da noite
Uma rua de pedra
De solidão
Atrás de um quintal fantasiado
Por palmeiras
Rua atravessada na lua
Rua um pouco escura
Alegre de manhã
Uma rua esquecida
Numa terra perdida
Em qualquer mente
De Homem ou Mulher.
Uma rua de pedra
De solidão
Atrás de um quintal fantasiado
Por palmeiras
Rua atravessada na lua
Rua um pouco escura
Alegre de manhã
Uma rua esquecida
Numa terra perdida
Em qualquer mente
De Homem ou Mulher.
Milfontes
Mote: Azeitonas, pão e vinho
Azeitonas pão e vinho
A refeição de linho e pinho
Fumos no ar Amores perdidos
A necessidade de encontrar
Algo mais que uma certidão
E um notário
O vinho sobe longe no olhar
O pensamento eleva-se para
Longínquos distantes
Para lá destas paredes brancas
Onde evoco recordações perdidas
Na espuma da cerveja
Penso Pessoa sentado perante
Um sorriso Feminino
Ou os nossos conquistadores
Em armaduras enferrujadas
O mouro em fuga
O Alentejo conquistado.
Azeitonas pão e vinho
A refeição de linho e pinho
Fumos no ar Amores perdidos
A necessidade de encontrar
Algo mais que uma certidão
E um notário
O vinho sobe longe no olhar
O pensamento eleva-se para
Longínquos distantes
Para lá destas paredes brancas
Onde evoco recordações perdidas
Na espuma da cerveja
Penso Pessoa sentado perante
Um sorriso Feminino
Ou os nossos conquistadores
Em armaduras enferrujadas
O mouro em fuga
O Alentejo conquistado.
sexta-feira, 28 de março de 2008
Escrever (uma poesia quântica)
Escrever como partir
Desenlaçar o que trespassa o cérebro
E nos conduz para o desconhecido
Para estes portais abertos entre pinheiros
Encostados entre pedras e folhas caídas
A estrada
Lá longe na vida O asfalto
Enegrecendo os caminhos
Aqui entre os risos dos pássaros
Sentir a dicotomia do estar e do ir
Rever a alegria de escrever Abrir
Clareiras entre os muros dos nossos cercos
Ultrapassar o nosso próprio Adamastor
Viajar sentado
Apenas na imaginação
Os jograis
Cantando medievais melodias inglesas
Para lá desta esplanada
Neste lugar onde
As rochas saltam
Acompanhando o rodízio das pessoas
Sem ponto de referência
Escutar as espiras do disco girando
Lentamente
O relógio movendo-se para o futuro
A decisão que queremos tomar
E os pensamentos entrechocados
Delirar sem febre
E ainda tudo
O resto
Que não se vê ou ouve mas que se
Sente
Em todas as partes do corpo
O desejo de estar
Perto
De descobrir um refúgio secreto
Em qualquer montanha perdida dos Himalaias
Na quietude de um mosteiro
Perdido na poeira da História onde
Se sinta o cheiro do amanhecer
Ainda liberto da civilização
Que fazer quando a tristeza nos abandona
E o espelho dá-nos uma imagem baça
Onde dificilmente nos reconhecemos
Encontrámos rugas
Cavadas por pensamentos vagabundos
Qualquer coisa no ar impalpável
Que se afasta e a próxima
A brincar
Como se brincar não fosse uma parte da vida
A tarde vai-se esgotando na noite
Em que um eclipse lunar vai estragar
A monotonia do dia
Porventura os deuses são seres complacentes
Que olham
Esta rocha flutuante
À procura quem sabe de um recomeço
De um novo big-bang
Em que um outro colapso da matéria
Atirará
Os átomos para novos rumos Onde
José não será José Nem
Maria será Maria
Humanidade não se escreverá com agá
Embora distante do mar
Sonho o ruído da maré
Tropeçando num caranguejo
Atarefado na sua interminável busca de alimento
Escuto o estralhaçar de Riders on the Storm
A voz de Morrinson conduzindo-nos para novas dimensões
Onde nada tem importância
Olho o fumo do cigarro esboçando
Desenhos no ar quedo Espirais
Entrecruzando-se lentamente logo
Rodopiando em loucas correrias sem sentido
E tudo isso
Escrevo
Desenlaçar o que trespassa o cérebro
E nos conduz para o desconhecido
Para estes portais abertos entre pinheiros
Encostados entre pedras e folhas caídas
A estrada
Lá longe na vida O asfalto
Enegrecendo os caminhos
Aqui entre os risos dos pássaros
Sentir a dicotomia do estar e do ir
Rever a alegria de escrever Abrir
Clareiras entre os muros dos nossos cercos
Ultrapassar o nosso próprio Adamastor
Viajar sentado
Apenas na imaginação
Os jograis
Cantando medievais melodias inglesas
Para lá desta esplanada
Neste lugar onde
As rochas saltam
Acompanhando o rodízio das pessoas
Sem ponto de referência
Escutar as espiras do disco girando
Lentamente
O relógio movendo-se para o futuro
A decisão que queremos tomar
E os pensamentos entrechocados
Delirar sem febre
E ainda tudo
O resto
Que não se vê ou ouve mas que se
Sente
Em todas as partes do corpo
O desejo de estar
Perto
De descobrir um refúgio secreto
Em qualquer montanha perdida dos Himalaias
Na quietude de um mosteiro
Perdido na poeira da História onde
Se sinta o cheiro do amanhecer
Ainda liberto da civilização
Que fazer quando a tristeza nos abandona
E o espelho dá-nos uma imagem baça
Onde dificilmente nos reconhecemos
Encontrámos rugas
Cavadas por pensamentos vagabundos
Qualquer coisa no ar impalpável
Que se afasta e a próxima
A brincar
Como se brincar não fosse uma parte da vida
A tarde vai-se esgotando na noite
Em que um eclipse lunar vai estragar
A monotonia do dia
Porventura os deuses são seres complacentes
Que olham
Esta rocha flutuante
À procura quem sabe de um recomeço
De um novo big-bang
Em que um outro colapso da matéria
Atirará
Os átomos para novos rumos Onde
José não será José Nem
Maria será Maria
Humanidade não se escreverá com agá
Embora distante do mar
Sonho o ruído da maré
Tropeçando num caranguejo
Atarefado na sua interminável busca de alimento
Escuto o estralhaçar de Riders on the Storm
A voz de Morrinson conduzindo-nos para novas dimensões
Onde nada tem importância
Olho o fumo do cigarro esboçando
Desenhos no ar quedo Espirais
Entrecruzando-se lentamente logo
Rodopiando em loucas correrias sem sentido
E tudo isso
Escrevo
S. Jacinto
As vozes abrem-se de manhã
para rumos incógnitos. Gritando,
por vezes, algo que está esquecido e
encontramo-nos numa longa praia deserta.
Só os nossos corpos e o desejo
e ainda algumas gotas de água salgada.
Como se perguntássemos algo,
dentro
de nós próprios.
Quase uma forma de viver
ou de estar.
Só olhar nos olhos
e partir.
Partir, sem partida, nesse lugar onde o areal
se une com o mar.
Lugar, onde o sábado, não é um dia
mas uma imensidade de sentimentos.
Lugar, onde a areia se transforma
em poesia.
para rumos incógnitos. Gritando,
por vezes, algo que está esquecido e
encontramo-nos numa longa praia deserta.
Só os nossos corpos e o desejo
e ainda algumas gotas de água salgada.
Como se perguntássemos algo,
dentro
de nós próprios.
Quase uma forma de viver
ou de estar.
Só olhar nos olhos
e partir.
Partir, sem partida, nesse lugar onde o areal
se une com o mar.
Lugar, onde o sábado, não é um dia
mas uma imensidade de sentimentos.
Lugar, onde a areia se transforma
em poesia.
Amor
Sinto, teus passos dentro
de mim.
Esqueço o resto,
só a tua respiração
a abrir janelas
reposteiros
afastados para o desconhecido.
Exploro teus dedos ternos.
Ouço-te
na espera do adormecer,
por vezes, no banco do comboio
entre uma ou outra vaga do mar,
ao longe.
Outras, até no silêncio do pensamento
quando se conversa. Até na
folha que escrevo
ainda na fotografia que não tenho.
Gostava de estar onde estás.
de mim.
Esqueço o resto,
só a tua respiração
a abrir janelas
reposteiros
afastados para o desconhecido.
Exploro teus dedos ternos.
Ouço-te
na espera do adormecer,
por vezes, no banco do comboio
entre uma ou outra vaga do mar,
ao longe.
Outras, até no silêncio do pensamento
quando se conversa. Até na
folha que escrevo
ainda na fotografia que não tenho.
Gostava de estar onde estás.
quinta-feira, 27 de março de 2008
O acordo
Claro, recordo,
o acordo
que estava implícito
no simples movimento
da mão movendo-se
entre a caneta e o papel.
Mas não é esse acordo
que recordo.
Recordo os sonhos.
Acordo. E vejo montanhas
erguendo-se.
Mas sinto
que persigo
o sonho. Ainda que
às vezes o precipício seja abrupto,
o desejo
de atingir o cume
não se esmoreceu.
Nem o sonho se esbateu.
o acordo
que estava implícito
no simples movimento
da mão movendo-se
entre a caneta e o papel.
Mas não é esse acordo
que recordo.
Recordo os sonhos.
Acordo. E vejo montanhas
erguendo-se.
Mas sinto
que persigo
o sonho. Ainda que
às vezes o precipício seja abrupto,
o desejo
de atingir o cume
não se esmoreceu.
Nem o sonho se esbateu.
Um Nome
Desejo-te um nome
Que se encontre
Em todos os dicionários
Mas seja mais do que definição
De papel escrito
Desejo-te um nome
Que não seja comercial de televisão
Qual perfume de
Kuala Lampur ou Lassa
Desejo-te um nome
Sinuoso como o Mississipi
Húmido como as suas margens
Desejo-te um nome
Saliente das marcas universais
Rima por vezes com dor
Desejo-te por fim
Um nome que
Exista em todas as línguas
Desde a Suméria até
Ao momento
Em que este planeta Não mais se escreva ou pense.
Que se encontre
Em todos os dicionários
Mas seja mais do que definição
De papel escrito
Desejo-te um nome
Que não seja comercial de televisão
Qual perfume de
Kuala Lampur ou Lassa
Desejo-te um nome
Sinuoso como o Mississipi
Húmido como as suas margens
Desejo-te um nome
Saliente das marcas universais
Rima por vezes com dor
Desejo-te por fim
Um nome que
Exista em todas as línguas
Desde a Suméria até
Ao momento
Em que este planeta Não mais se escreva ou pense.
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