domingo, 19 de julho de 2015

Somos a consciência da realidade

Somos a consciência da realidade,
A liberdade de escolher,
O pátio onde se joga à “cabra cega”

Ouvem-se risos,
Flutuam no ar imenso,
Atravessam eras,
Perpetuam futuros,

Deliram nas ondas do mar,
Encriptam mensagens poderosas,
Derivam nas correntes do pensamento,

Existem, Deliberam,
Assumem ideias,
Gozam momentos nomináveis,
Ensinam-nos histórias,
Cantam canções,
Procuram acordes,
Balançam entre a melodia e a dissonância,

A acuidade cresce,
Os sentidos convalescem,
Porfiam incomensuráveis vezes,
Alegam razões,
Abarcam emoções,

Alcançam metas
Que são portas
Para outros
Caminhos!

domingo, 12 de julho de 2015

Hélade

No século VI antes do nascimento de Cristo,
Pelo nosso gregoriano calendário,
No extremo sul de uma península
Balcânica de seu nome,
Nasceu uma ideia, uma civilização,
Uma arte,
A filosofia,
Uma consciência de cidadania,
Um conceito político profundamente revolucionário,
Democracia,
A possibilidade de um simples homem se substituir
Ao poder dos soberanos,
A capacidade de cada um decidir o seu destino!

Desde Hélade
Essa ideia germinou muito lentamente,
Foi granjeando adeptos,
Esbracejou, lutou, furou,
Derrotada muitas vezes,
Vencedora outras mais,
Pouco a pouco foi moldando a nossa consciência,
Regenerou-se no modo de vida
Ocidental apelidado.

Hoje, ano de dois mil e quinze,
Preparámo-nos para destruir todo este desígnio civilizacional
Que nos habituamos a designar por Europa,
Que demorou dois mil e quinhentos anos a amadurecer
Em nome de um Deus
Estranho, implacável, aristocrático,
Autista,
Denominado Economia.

Vivemos estupidificados
A agonia da Democracia!

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Apesar de Eratóstenes

Apesar de Eratóstenes,
De Fernão de Magalhães,
Das milhares de fotografias tiradas em órbita,
De todas as rotas de circum-navegação realizadas,
Apesar de todas as evidências e provas científicas,
Apesar de tudo o que já foi escrito e dito,
Apesar daquilo que nos diz o bom senso,
Sou obrigado a concluir que

A Terra não é uma bola colorida
Que viaja alegremente pelo espaço,
Um ponto pigmentado na imensa escuridão do Cosmos,

É um espaço quadrado, plano e
Cinzento
Obstruído pela ignorância,
Ganância,
Imbecilidade
De parte Humanidade!

Subsiste a esperança
Que um dia
A compreensão advirá
E o Homem
Agigantar-se-á para lá
Da condição animal!