domingo, 12 de julho de 2015

Hélade

No século VI antes do nascimento de Cristo,
Pelo nosso gregoriano calendário,
No extremo sul de uma península
Balcânica de seu nome,
Nasceu uma ideia, uma civilização,
Uma arte,
A filosofia,
Uma consciência de cidadania,
Um conceito político profundamente revolucionário,
Democracia,
A possibilidade de um simples homem se substituir
Ao poder dos soberanos,
A capacidade de cada um decidir o seu destino!

Desde Hélade
Essa ideia germinou muito lentamente,
Foi granjeando adeptos,
Esbracejou, lutou, furou,
Derrotada muitas vezes,
Vencedora outras mais,
Pouco a pouco foi moldando a nossa consciência,
Regenerou-se no modo de vida
Ocidental apelidado.

Hoje, ano de dois mil e quinze,
Preparámo-nos para destruir todo este desígnio civilizacional
Que nos habituamos a designar por Europa,
Que demorou dois mil e quinhentos anos a amadurecer
Em nome de um Deus
Estranho, implacável, aristocrático,
Autista,
Denominado Economia.

Vivemos estupidificados
A agonia da Democracia!

2 comentários:

Elvira Rodrigues disse...

Li-o a 30 de setembro 2015 na Associação de Pais da Senhora da Hora na sua noite de poesia.Excecional poema.Parabéns!...

Elvira Rodrigues disse...

Li-o a 30 de setembro 2015 na Associação de Pais da Senhora da Hora na sua noite de poesia.Excecional poema.Parabéns!...