sábado, 27 de fevereiro de 2010

Frémito dos corpos

O coração estremece
Ao sentir o frémito dos corpos
Numa volúpia sensorial,
Onde num encantamento feliz
Acaricio a tua boca sensual,
Teus lábios húmidos,
Teus seios túrgidos…
O amor derrama-se
Em paixão!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Uma rosa

Uma rosa esmagada,
Vilipendiada,
Torturada,
Abafada,
Violada,
As pétalas arrancadas,
A seiva derramada,
Escalpelizada,
Odiada,
Triturada,
Silenciada.

Apesar disso e
Por tudo isso
Permanece uma rosa,
Vermelha,
Límpida,
Serena,
Bela,
Confiante,
Uma rosa
Orgulhosa!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Fragmento da memória

Um fragmento da memória
Adorna a verdade,
Suaviza o momento,
Arredonda-o,
Revive-o com carinho,
Enternece a circunstância,
Ainda assim uma realidade.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

O desejo do poeta

O desejo mais íntimo
Do poeta
É ser capaz de…
Imaginar,
De escrever,
De amar,
Ser amado,
E quiçá mais notável,
De sonhar!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Um desejo do coração

Um desejo,
Um desejo do coração,
É uma imagem de
Ternura,
Uma flor que se abre,
Um malmequer abandonado
Pelas suas pétalas
Que jazem espalhadas
Em desordem pelo chão,
É o caos,
É a liberdade.

Um desejo do coração
É sempre sublime,
É um desígnio em si mesmo,
Espalha em seu redor um
Perfume inolvidável.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Uma flor selvagem

A flor cresce na orla do caminho,
Bela,
Selvagem, indomada,
Verdadeira…
Um rumor inaudível passeia
Pela imensidão do bosque e
Acaricia a flor,
Com subtileza, delicadamente,
Transforma-a num símbolo.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Num indeterminado tempo

Num indeterminado tempo,
Num indeterminado lugar,
Vivificará uma insignificante perturbação
Da ordem pré-concebida,
E uma semente há muito plantada
Florirá de um despretensioso sorriso.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Privação de Amor

Privar-me da tua boca é
Morrer de fome e sede!

Privar-me dos teus olhos é
Tactear titubeante o caminho!

Privar-me do teu coração é
Remanescer no limbo da melancolia!

Privar-me do teu corpo é
Esquecer a profundidade do belo!

Privar-me do teu intelecto é
Perder uma luz na noite escura!

Privar-me do teu amor é
Excruciantemente doloroso!

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Valentine’s Day

Um dia como outros,
Um dia assim especial,
Único como todos os outros
Em que simples,
Mas intensamente,
Vives no meu pensamento

Perdidamente, Trovante

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Encontrar…

Olho acontecer
Numa estrada do pensamento
E sinto a minha
Alma vadia perdida
No entardecer da manhã,
Na página da Internet,
Na rede social,
No chat
E talvez ainda no mail.
O telemóvel que toca,
A televisão que anuncia,
O rádio que estremece,
A memória que desvanece.

E sinto-me um vagabundo,
Entre uma partida e uma chegada,
Uma viagem anunciada.
Entre um livro, uma música,
Uma poesia, uma afeição,
Um jornal esquecido sobre
A secretária.
Uma fotografia errante,
Um ritual que se transmuta,
A vontade de partir,
Ainda mais de encontrar…

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Universo de prodígios

Sem Deus
Nem Diabo,
Tampouco outras crenças,
Só eu, os outros, o acaso e
Algumas convicções.
É o que vislumbro
Neste universo de prodígios
Que é a vida!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Os sonhos por fugazes que sejam

Os sonhos por fugazes que sejam
Não deixam de o ser!
Mostram-nos o futuro,
Elaboram histórias,
Choram, riem,
Amam como se existissem.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Forma de estar

É uma forma de estar de
Certezas encomendadas e certificadas,
Entregues ao domicílio,
Selo da garantia apostado em lugar bem vísivel,
Verificação cuidada e meticulosa
Planificações rigorosas.

É uma forma de estar,
Não a subscrevo.

Gosto de aprender com os erros,
De mudar, de ser diferente.
Gosto de ser curioso,
Procurar e encontrar.
Gosto de amar a vida, a alegria,
A tristeza,
A ti.
Gosto da incerteza,
De tudo o que é misterioso, profundo
E secreto.
Gosto de lutar
Na simples busca
Da felicidade.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Afecto

Uma duna no deserto moveu-se
Cavou mais uma ruga
Esculpida pelo vento que sopra do sul,
Um grão de areia flutuou bruxuleante antes
De se imobilizar.

Tu que pensaste conquistar o centro do mundo
Contempla com atenção o horizonte,
Olha-me nos olhos profundamente,
Cala-me com o teu gesto brusco,

Andei por terras desconhecidas,
Vi homens perturbados,
Senti os seus gritos a perfurarem-me a pele,
Escutei a angústia do lugar.

Tu que pensavas conhecer o mundo,
Riste, e o teu riso desvendou
Segredos que estavam entrincheirados
Naquilo que és,

Na fria colina, mesmo onde se une com o céu,
Gritaste de dor mas um mistério
Ergueu uma cortina que te escondeu,
As árvores disso são espectadoras
Serenas e confiantes.

Eu sei que a razão parece aqui deslocada
E os anjos, ainda que imaginários, jogam aqui um papel,
Desconhecido é certo, mas ainda assim relevante
Na mística do que se pensa e escreve.

Assumi que o barco se afundou
Na tempestade que brotou da tua boca
Perdido na escuridão da noite,
As velas rasgadas, o leme partido,
O timoneiro ausente.

A televisão acesa recorda-me o lugar onde estou
Que por acaso é o sítio que interessa
Porque ontem e amanhã são sempre incógnitas
O que realmente importa é o presente.

E revisitando o passado,
Num determinado momento da vida
Perdeste-te no emaranhado de emoções,
A lua persiste no seu significado romântico,
As pessoas porfiam nos seus destinos,
Seguem os seus caminhos,
Os escritores perseveram na sua escrita,
O mundo continua a girar,
A história permanece no seu lugar.
Mas na realidade tudo fica descolorido,
De um cinzento pesado e triste.

Uma varanda sobre a cidade
Abre perspectivas ignotas,
O movimento que se distende
Nos teus lábios desvenda o enigma de um
Beijo apaixonado que envolve dois seres
Num mundo de afecto.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O livro, um livro

O livro,
Um livro
Que se constrói na
Leitura,
Cresce em sintonia com o
Pensamento,
Abre-se para uma surpresa constante,
Reinventa-se nas suas páginas,
Sugere ideias,
Engendra viagens e paisagens,
Recorda fotografias esquecidas,
Emana amor,
Abraça-nos com vontade…
É uma paixão perfeita!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Um caminho alcandorado na montanha

Um caminho alcandorado na montanha
Tem obstáculos,
Curvas e contracurvas,
Subidas e descidas.
Por vezes o piso de terra batida
Levanta nuvens de poeira
Que obscurecem a visão,
Vezes há que lhe perdemos o rasto,
Mergulhamos numa selva escura
E o Sol desaparece obliterado
Pelas árvores que impregnam
O nosso percurso.
As encostas são íngremes
Provocam dor,
Os declives vertiginosos
Emocionam mas causam vertigens,

É um caminho de magia,
Sempre reencontrado,
Uma meta sempre à vista,
Um objectivo sempre presente,
Como se a uma força
Comandasse o corpo e os
Passos tivessem vontade própria e
Nos levassem para onde o
Coração ordena.