O sol ergue-se do negrume da noite,
Eclipsa as estrelas no raiar do dia,
O homem sentado nas rochas
Escreve um poema que se
Esconde nos grãos de areia da praia deserta,
Um diletante percurso
Abre-se na folha escurecida por caracteres
Gatafunhados numa celeridade conspícua,
Atravessa o areal e é
Absorvido pelo matagal que o
Oculta
De ninguém,
Mas, ainda assim, o
Encobre de qualquer olhar fortuito,
Ou até, de alguém mais atento.
Discorre na sombra das árvores
Escanzeladas,
Estabelece uma comunhão
Com o
Ciciar do vento,
Uma litania espraiada
Neste santuário selvagem,
Mistura-se com o estridular do pica-pau,
Lá longe,
Nas profundezas do arvoredo,
Há um pêndulo no tempo,
Um passo a compasso,
Evento descrito no
Papel branco virtual,
Aventura sempre renovada,
Espírito do desejo,
De desejar um mundo que
Se entrelace
Nas nossas mãos!