domingo, 21 de fevereiro de 2016

Encontro palavras

Encontro palavras que se passeiam pelos caminhos
À beira-mar sediados,
Pessoas burilam frases intuídas na brisa que brota
Do oceano glacial,
As ondas espraiam-se num movimento helicoidal
Alcançam os passos apressados que deslocam
Indivíduos entre dois pontos indefinidos,
Uma força desconhecida germina
Nos braços incrédulos de uma mulher e,
Imbuído de uma saudade eclética,
Emigra para um novo corpo,
Onde renasce num esplendoroso gineceu,
Faísca numa composição óbvia
Onde dois seres se liquefazem
E se miscigenam. 

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

O vento, a chuva,

O vento, a chuva,
O tempo cinzento,
Desabrocham no enlevo da palavra,
Apenas se olvidam no calor do corpo,
Desejam desejos íngremes,
Descem ravinas alcantiladas,
Sustem a incongruência do pensamento,
Estremecem na amplitude insolvente
Do momento,
Assumem a liberdade de viver,
Emancipam-se na condescendência
De nascer,
Vivem no entardecer da noite,
Recriam-se na diversão do dia,
Dormem na candura dos sonhos,
Enlaçam a ternura que floresce
Nas pétalas dos teus abraços.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Sentido da vida

Idealizava sem conhecer,
Imaginava sem saber,
Assumia sem ousar interiorizar,
Desejava sem assimilar,
Percebia sem cogitar,
Intuía sem racionalizar,

Afasta o vazio que,
Por vezes, preenche o intervalo
De um desejo,
Constrói,
Entre o espaço que separa
Dois seres,
Um cordão umbilical
Que unifica o sentido da vida.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Vejo-te

Vejo-te
E
A vida acelera num movimento rodopiante,
Anestésico,
Alitera a realidade,
Delira numa ignição incontrolável,
Sobrevoa o mundo num ápice trepidante,
Como se as asas existissem na memória,
Concebessem os pensamentos
Num espaço leve e confortável
Habitassem numa dimensão indelével
E improvável mas
Agradável da
Consciência de existir
E
Verbalizassem a perceção
Do inconsciente.