segunda-feira, 7 de julho de 2008

Viagem ao mundo da cultura

Flash, em inglês significa relâmpago;
para outros é apenas "viagem";
para mim, estudante de letras, é cultura.

I

Vou para a faculdade nos dias em que faz sol, noutros cai chuva , pode ser até que o nevoeiro paire sobre revoluções. Outras vezes fico sentado no café, esperando que a lua brilhe na direcção certa.
Regresso do sonho e vejo os corredores desta faculdade, assim como as armadilhadas salas de aulas, construindo o futuro que dizem que somos, neste país ainda sem presente. Dou uma fugida até ao bar em ar de troça, tomo o cimbalino do costume, converso sobre futebol e outras coisas que tais sempre, ou talvez sempre opacas, um tudo nada obscuras.
Sento-me na cadeira da sala de aula, sinto o tempo arrastar-se num tom cavo e desalentado. Olho o professor através de um buraco implantado, já nem sei por quem, no meu cérebro apesar de tudo permeável às idiotices do supra gosto da ciência.
É de estarrecer ainda só passaram cinco curtos minutos e já a cadeira está vazia, voo no meu flash. O shoot cultural permite-me planar, as visões alternam-se em cores surrealistas.
Aulas, cultura, chuva, cultura, frases, cultura. Sinto-me navegar num mar berrante de ciência afixada pela cultura.
Já nem sei o que sonhei, talvez não sonhasse, mas seja lá o que for vai-se desvanecendo em música jazz, é o flash que vai passando.
Olho o presente realidade, o professor fala da evolução humana: Australopitecos, Cro-Magnon, Homo Sapiens Sapiens, ... etc., e de outras coisas afins. Passaram mais cinco minutos e já tenho necessidade de um novo shoot. Reconheço que sou um verdadeiro junkie, sinto-me incapaz de parar.
Mas que ao menos a cultura, LSD. da droga, atinja a loucura.
Ao menos que a cultura seja anti cultural.
Ao menos que a cultura seja ópio e eu possa sonhar na realidade.

II

O texto atrás, foi escrito, à já alguns meses, em momento em que a solução qual milagre de Fátima, não era visível perante os meus olhos.
Será o ovo de Colombo? Serão os sais de frutos? Será qualquer droga milagrosa?
Nada disso! A solução é praticar desporto!
Mas cuidado pois não serve qualquer tipo de desporto, já que existe o desporto alienante e não alienante. Eu confesso nunca soube lá muito bem a diferença, por isso é preciso ser cauteloso para não cair noutras formas de viciação.
Recomendo por isso o único desporto anti alienante que conheço, que aliás é baratíssimo, não há necessidade de nenhum equipamento, e o campo de jogos é próximo da nossa querida faculdade para o caso de haver alguns comodistas.
A solução é ... (suspense) ... aproveitar a maravilha arquitectónica, que é a nossa querida ponte da Arrábida, para se lançar suavemente até aos peixinhos.
Recomendação pertinente - não é considerado de bom gosto levar pára-quedas.

P.S. - Isto não é, como pode parecer, um apelo, aliás descabido, ao suicídio, pois as regras do jogo só permitem lançar nesse voozito os cardia...cos da cultura que por aí pululam.
A ponte é imaginação pura...

F.L.U.P.- 1979

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