domingo, 3 de novembro de 2013

Tristes tempos estes!

A austeridade, por vezes,
Na comunicação social é fulanizada,
Como se tivesse vida
Caminhasse por vontade própria,
E não fosse o iníquo desejo
De uma medíocre e esgalgada elite.

A austeridade não tem livre arbítrio,
Depende do desejo de um grupo,
Que político se declara,
Mas de política nada entende,
Pois a “coisa pública”, para eles,
É do foro privado
Se gera lucros,
É do foro público
Se produz prejuízos!

Os “senhores da austeridade” preparam-se
Para fazer a História recuar mais de 10 mil anos,
O tempo que a civilização levou a aproximar-se
De uma sociedade baseada na solidariedade,
O que estes neoliberais pretendem
É o regresso ao “darwinismo social”,
A lei do mais forte,
Ao salve-se quem puder!

Tristes tempos estes
Em que os “aristocratas do estado” pretendem,
Com o apoio de alguns ignorantes,
Que a Constituição não seja
Constituição,
Apenas um papel para ser usado e abusado
Conforme as conveniências!

Tempo ignóbil,
Em que o que separa ricos e pobres,
Em vez de diminuir,
Adquire distâncias cosmológicas,

Que importa que milhares magrebinos
Ou da África subsariana
Morram nas águas do Mediterrâneo,
Que portugueses, gregos ou “povos do sul”
Passem fome,
Desde que nos “mercados” haja mesa farta e lauta,
Está tudo bem!


Vivemos uma época,
Em que o “sonho europeu”,
Está a ser esmagado pela ganância
De um reduzido grupo
De “hienas esfaimadas”,
Porque estes senhores nem tem a coragem de
Serem predadores,
Aquilo que verdadeiramente são,
Aquilo que a sua coragem lhes permite,
É serem necrófagos
Pela calada da noite!

Tristes tempos estes!

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