sábado, 4 de julho de 2009

Nostalgia

Prólogo
(A física quântica baseia-se na ideia de que qualquer evento, por mais fantástico que pareça, tem uma determinada probabilidade de ocorrer. Assim existe a possibilidade de que sempre que estamos perante uma escolha, digamos entre seguir a estrada A ou B, poderemos de facto seguir pelas duas estradas, embora em universos diferentes. Sempre que optámos surge um novo universo paralelo onde se concretizam todas as hipóteses possíveis.

Esta ideia, absurda ao senso comum, enquadra-se com o sentimento que muitas vezes experienciámos de sentir nostalgia por acontecimentos que nunca vivemos.)

Já vi nascer a solidão encastrada entre um bulício infernal.
Já vi perecer uma multidão. Já me olhei no
espelho, E retorqui num diálogo simétrico e redundante.
Já escolhi centenas de vezes, Mas tenho a estranha sensação que
de todas, Nunca escolhi. Por
vezes penso que nem senti. Entrecruzei por imensas estradas mas
nunca parei. Sentei-me em miradouros mas duvido que
tenha visto a paisagem. Ouvi
inúmeras músicas, Todas se entranharam. Li incontáveis livros,
Todos me abraçaram. Bebi
mas tudo esqueci. Conheci algumas
pessoas, embora Conhecer me pareça um verbo em tudo relativo.
Decidi, mas mais vezes gostava de tudo ter decidido.

E hoje o meu sonho desejou-te...

Sem comentários: