domingo, 19 de janeiro de 2014

O sol

Depois de todos estes dias tempestuosos
O sol reaparece com todo o seu fulgor,
Alivia os tons cinzentos, revela
Cores luzidias e cintilantes, abrange instantes
Expectantes,
Ouve-se, de mansinho, o desconjuntar da manhã,
Percorrida numa órbita celeste,

Como se o tempo se imiscuísse na
Circunstância da vida existir e, entrementes,
O discurso político, parece desprovido
De qualquer senso,
Para além de pretender mergulhar
O país em dor,
Totalmente esquecidos do
Humanismo,

Do motivo principal da política,
Pelo menos nas palavras do liberalismo,
“A busca da felicidade do povo”,
Onde está, nos dias de hoje,
Essa bem-aventurança?

Limitada a um grupo de ricos,
A nova “nomenclatura” das sociedades atuais,
Que tudo dominam.

São os novos predadores sociais,
A nobreza da contemporaneidade,
Escondida em sociedade anónimas,
Bancos,
Agências de “rating”
E outros organismo,
Igualmente inconfessáveis,
Lideradas por reprováveis administradores,

Que para se enriquecerem arrasam e aniquilam
A esperança e liberdade de povos inteiros,

A minha dúvida é,
Até quando?

Quanto mais será preciso aguentarmos
Para acordarmos?
Há mais de trezentos anos,
Jean-Jacques Rousseau afirmou
Que era legítimo os povos revoltarem-se contra
A iniquidade dos políticos!

Um dia de sol de inverno feérico,
É um convite sereno à reflexão,
Olhar para o espelho da existência,
E perguntar, perentoriamente,
Até quando?

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