domingo, 23 de julho de 2017

O imbondeiro

O fogo devaneia pela savana,
Espraia-se pelo espaço infindável,
Rodeia o imbondeiro,
Acaricia-o ferozmente,
Expectante,
Colhe os frutos,

Mas a árvore
Resiste,
Beleza intemporal,
Na voragem da devastação,
Permanece
Na sua secular imponderabilidade,

Renasce,
Glosa a probabilidade de
Ser,
Amanhece no pôr-do-sol,
Delicia-se no
Entardecer,

Vive,
Porque viver é
Viver,
Está entre nascer e
Morrer,
Insinua-se no hedonismo do ócio,
Delineia um negócio,
Um pacto perspicaz,

Transmuta-se em ser humano,
Estabiliza o olhar circunspecto,
Absorve as ideias fundamentais,
Arquiteta a imaginação,

Refugia-se
Quando é preciso,
E,
De sobremaneira, usufrui o
Tempo,
Na incomensurável excelência
Do ter e
Ser!

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