segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Movimentos Paralelos

(a minha interpretação, muito pessoal e poética, do livro de Michio Kaku, Mundos Paralelos)

Movimentos paralelos entrechocam melífluas ondas,
no ar vagabundo. Porque reconheci um sentido, uma hipótese. Quase
um paralelograma, insidioso, basculante mesmo. Pesado como se de
granito fosse, embora de ar se parecesse. Restringi o meu olhar. Atirei-o para
muito longe,
numa lonjura que se mede em unidades astronómicas.
E aqui fiquei, quedo, estático, numa pose faraónica, E entretanto
Continuam as linhas paralelas, que nunca se encontram? Mas, e se o
Universo é curvo?
Volto a mim, refugiando-me na sede do conhecimento. Porque conhecer
é sempre exultante, ainda que por vezes assim não pareça.
Recordo os beligerantes que se aproximam em atitudes ferozes.
Ainda assim, as paralelas, na proximidade de um buraco negro?
E quando atingem o raio de Schwardzchild?
Continuam paralelas? No colapso da matéria?
Uma singularidade pesa, pesa tanto, que arrasta Einstein.
É um mundo misterioso que me espanta na teoria das cordas, na
Teoria M.
Magnitude oblitera o possível pensamento. Atrás de um significado, outro
ainda que seja, é sempre menos um. Porque apenas coexistem em onze
dimensões, mais surrealista que o surreal, mais incongruente que a
demência. Relativiza o que estranhamos. Porque se se estranha o que é
comum, e a física quântica é incomum.
Se adicionar três quarks, obtenho um protão!
É sempre fastidioso, diria até penoso, escrever, mas em onze (!!!) dimensões
parece ser uma tarefa para lá de hercúlea, torna-se um
protótipo de Sísifo.
Embora a perspectiva de um salto quântico para outra
dimensão, seja uma possibilidade, é sempre um obnóxio, tanto
quanto a própria palavra em si.
As minhas linhas paralelas já se perderam neste
multiverso, e só se encontram na capacidade
filosófica de procurar a verdade.
O Big Bang, revisto na teoria da inflação, previsto no
campo de Higgs.
Caminhos complexos entre o visível e a física subatómica.
Um paradoxo, tanto quanto o pode ser.
Risível na tal sensação hierática, de tudo ver e
pouco perceber.
A fome do saber, no entanto, existe.

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