segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A campanha eleitoral numa perspectiva surrealista, Setembro de 2009

Procurem mimos, palhaços e saltimbancos.
Tragam bobos, cómicos e arlequins.
Aplaudam ingénuos, simplórios e crédulos.
Renasçam néscios, pategos e papalvos.
Chamem burlões, intrujões e trapaceiros.
Profiram arrazoadas em nome do povo.
Cativem a assistência,
Façam vibrar o auditório.
Convoquem as assembleias.
Organizem manifestações e happenings.
Transformem o país num exemplo de sucesso.
Utilizem a televisão, internet e SMS.
Façam transitar a mensagem,
Embrulhem-na em papel de seda colorido.
Agitem os perfumes,
Dispersem os odores.
Profetizem prodígios.
Vaticinem encantamentos.
Predigam vitórias.
Arenguem, falem, dissertem, preguem, discutam,
Não se cansem.
Entornem lágrimas reptilárias.
Acusem os sinceros, inócuos e inocentes.
Persigam os bardos e poetas.
Ataquem o génio e a inteligência.
Afrontem os bondosos e meigos.
Ridicularizem os diligentes e laboriosos.
Cultivem a vulgaridade, a mediania, a mediocridade.
E sobretudo gargalhem…

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